Os números como verdade

É comum, comum mesmo, a fala de Governo não ter mesma ressonância do que algum ataque da Oposição. A mídia como desaguadouro do trágico e cômico não combina bem no seu manequim conviver com informações positivas, até porque notas boas não vendem – o público parece não tolerar muito coisa boa.

Fiz esse arrodeio danado, algo do tipo ‘passando pela perna pinto, saindo pela perna de pato’ para, objetivamente, fazer a leitura contemporânea do significado da política de pessoal do Governo com distinção, se levado em conta todo o processo histórico da administração estadual, concretamente, com resultados bem acima das gestões dos últimos 50 anos.

Vamos por os pontos nos iis para não parecer conversa mole transfigurada em bajulação – condição que até hoje, inspirado em Antonio Mariz, sempre fui um fracasso.

Para se ter uma idéia do foco de agora, segundo dados levantados pela Coluna, o Governo Cássio já consolidou de 2004 até hoje 31 Planos de Cargos e Carreira das diversas categorias e segmentos do funcionalismo estadual. O último, desta terça-feira, contemplou o Ministério Público com reparos e avanços reais.

Falta agora a Defensoria Pública, que teve tratamento especial no Governo Maranhão, para liquidar a fatura – como dizem os filólogos do bairro da Torre.

Se reparar bem, do Governo João Agripino – considerado inimigo do funcionalismo -, para cá, somente Wilson Braga com o Estatuto do Servidor – mas sem beneficio real no Bolso porque a inflação e a estrutura financeira do Estado impedia – pode fazer alguma cócega (no bom sentido) em termos de referência ao atual governo.

Nenhum outro – e os dados estão todos para uso geral da sociedade – produziu negociações exitosas como a práxis que se instalou nos últimos anos de Governo estadual. Isso sem contar a forma real e democrática de encarar greves e justas reivindicações de Policias Civil e Militar, professores, pessoal da saúde – condição a merecer reconhecimento enquanto convívio civilizado entre fontes do serviço público.

E, atentem, para o fato de que tudo tem se efetivado em meio a uma fragilidade jurídica por conta das duas cassações – situação essa que, em passando de 2008 a fase de encarar os julgamentos no TSE, depois de janeiro em diante, vai ser uma barra danada os ministros tiraram do poder um governador com o saldo de gestão como o de Cássio.

Nem entro no mérito processual, mas refiro-me apenas e só aos dados da gestão financeira constante nos balancetes do TCE e do próprio Governo, afora o fator de relacionamento com o funcionalismo.

No mais, cada um é livre para pensar e dizer o que quer.

A crise maltrata Ricardo Barbosa

Quem conhece o cidadão Ricardo Barbosa compreende o desconforto que o também deputado enfrenta quando precisa recuar, como se deu nesta terça-feira, diante de um sério enfrentamento gerado por ele com o governador Cássio Cunha Lima, mesmo que as razões possam estar de seu lado.

Sangue latino, mais para toureiro do que para Sidney Magal, Ricardo Barbosa precisou entender que nem sempre a valentia ou o destemor se sobrepõe na vida.

Recuar, devem ensinar Maria e Manoel Barbosa, faz parte do processo, sobretudo dos que têm tutano, ou seja, juízo no quengo para saber a hora de ir ou retroceder.

Foi o que se processou nesta data. A carta escrita de próprio punho não esconde os runhidos de quem se sente obrigado a ceder por erro de estratégia no confronto público com o governador, mesmo quando no convívio com a causa de tudo isso – a crise de relacionamento com o deputado José Aldemir – na base da história ele se sinta confortado por achar que o seu desafeto mereça mais do que fez.

Só que na política, tanto faz ser da vida corriqueira quanto na partidária, especialmente esta ultima, homens e mulheres precisam se pautar não pelo sangue originado do ventre materno mas pelas regras e lógica diante dos valores ao redor.

Ora, querer peitar o governador levando em conta sua fragilidade eleitoral na proporção inversa na qual Cássio gerou as condições para lhe dar vida política é construir o caminho da rebeldia desgovernada prima da ingratidão.

Em sendo assim, Ricardo certamente dará passos mais fortes pela condição guerreira que lhe é peculiar, mas só o fará porque teve a humildade de entender seu tamanho e lugar.

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