NATAL – Os últimos fatos políticos gestados a partir de João Pessoa revelam um tempo de turbulência na vida do prefeito Ricardo Coutinho a maior liderança emergente da cena partidária estadual.
Depois (mais na frente) voltaremos a tratar na Coluna da pressão exercida pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, ontem, e da reação imediata do PMDB de indicar nomes para a Vice, só que encaminhando-a para a direção estadual do partido (leia-se José Maranhão) e não ao Conselho Político de Ricardo fato a ser levado em conta.
Mas, para inicio de conversa agora, abordemos um tema de essência política, que é a greve dos médicos obstetras, podendo gerar fatos de alta expressão mais na frente, porque sem que se aperceba Ricardo está construindo um fosso perigoso ao seu futuro, exatamente nas relações com o movimento sindical de onde brotou e chegou ao tamanho máster de agora.
Entendamos: mesmo abrigando e entendendo os argumentos da Secretária da Saúde, Roseana Meira, o fato é que a realidade atualmente ratifica por parte do prefeito a não construir alternativa para por fim à greve por acusar o movimento de estar atrelado à Oposição.
Só que Ricardo não se adverte que agindo assim, sem diálogo de resultados, pode sobrar para ele os efeitos dessa relação.
Por uma razão simples: não adianta acusar a Oposição de se aproveitar da crise porque, quando estilingue lá atrás, Ricardo sempre esteve em todos os movimentos contra a Prefeitura e/ou o prefeito, portanto, faz parte do jogo ver os movimentos reivindicatórios apoiados por opositores.
Só que, também sem que se advirta, a forma de negociação do prefeito no caso dos médicos e de outros será exposta em contra-ponto a fatos semelhantes (também sérios) ocorridos na esfera da Oposição partidária a ele especialmente no Governo do Estado, onde o governador Cássio Cunha Lima enfrentou várias graves rebeliões recentemente, mas soube negociar a contento das categorias tanto que os movimentos foram resolvidos.
Em síntese: ou Ricardo acorda para essa construção adversa ao seu passado de lutas partindo logo na direção de uma alternativa solucionadora ou vai pagar caro mais na frente por sua conduta inflexível, mesmo ele com suas razoes.
Aliás, não é demais lembrar a frase famosa de Mocidade figura popular dos anos 60 que certa vez disse ao então governador João Agripino, quando indagado porque estava no movimentos dos servidores contra o Governo mesmo sendo seu amigo e assessor, ele respondeu: Governo é pra sofrer!.
Cá pra nós, é mesmo.