A Paraíba se encaminha a cada dia para um terreno muito perigoso de enfrentamento, até físico como nunca se via há bem pouco tempo atrás, tudo isso em nome do controle do Poder depois que o TRE resolveu pedir a cassação do governador Cássio Cunha Lima, mesmo este tendo recurso acatado no TSE para se manter no cargo até o final do julgamento do processo.
O caso é tão sério que vai desde o conflito destas últimas horas entre os deputados Gervásio Filho e Pedro Medeiros, até grupos pequenos de pessoas no escritório da TIM, em João Pessoa, se enfrentando no grito em nome dos dois lideres políticos do Estado.
Se reparar direito, a ansiedade tem a ver com a importância do que representa o Governo na vida econômica, portanto de sobrevivência de muita gente, que está em cargos comissionados na proporção inversa de milhares querendo entrar no lugar deles.
Esta é a essência perigosa do conflito, mesmo levando em conta que do ponto-de-vista legal nada pode ser feito senão esperar o desdobramento do processo em instância nacional respeitando a norma constitucional em pleno exercício que assegura ao governador comando absoluto das ações de governo.
De alguma forma não foi o que aconteceu na última sessão da Assembléia Legislativa quando em nome do direito de expor questões de ordem e/ou outros questionamentos, a Oposição liderada pelo deputado Gervásio Filho extrapolou limites regimentais quando quis impor condições de funcionamento do Plenário, quando a realidade física do prédio impede tal condição.
Fez seu papel de querer trabalho, tudo bem, mas incorreu em erros primários ao querer exigir de quem representava a Mesa Diretora, Pedro Medeiros, algo que ele não poderia operar concretamente, ou seja dar funcionamento ao Plenário, em face das restrições atuais de parte física da Assembléia.
Vivemos um momento tão diferente que, até mesmo naturezas processuais e materiais se transformam em argumento das partes para críticas improcedentes de envolvimento deste ou daquele líder só porque a Paraíba vive a dicotomia provocada pela decisão do TRE.
De sorte que, independentemente dos desejos de grupo, precisamos agir com prudência e racionalidade respeitando as regras porque, do contrário, vamos enfrentar uma ´guerra civil extemporânea e idiota sem ganho nenhum da sociedade.