A ação promovida pela Policia Federal prendendo diversos empresários da ELLO e executivos de postos de combustíveis da Paraíba e Pernambuco, a partir de demanda do Ministério Público, leva a opinião pública a fazer juízo de valor apressado podendo, como acontece em muitos casos , caracterizar pessoas decentes com cara de bandidos sem sê-los.
Por etapas, vamos dissecar a questão sem arroubos nem a condição de donos da verdade.
A decidida atuação do Ministério Público de investigar e buscar banir o Cartel dos combustíveis é algo que, como ação míster, leva a opinião pública à aprovação da medida porque, em se comprovando, se caracterizaria em abuso do poder econômico ferindo o código do consumidor.
Essa é a questão central e de fundo.
Mas há muitos outros fatores em torno da ação prisional, como aconteceu nesta sexta-feira, a oferecer o entendimento de que, além do principio constitucional do MP, há uma tendência ao espetáculo, portanto, à pirotecnia gerando valores distorcidos nivelando todos como bandidos volto a repetir, sem muitos nunca terem sido, ao contrário, com história e postura a merecer respeito, inclusive do Ministério Público.
No caso em tela, a ELLO é acusada de forçar a imposição de preços elevados em João Pessoa, a partir de escutas telefônicas e investigações, merecendo de cara a contestação da empresa que, da condição de um dos mais consolidados grupos empresariais do país passou com a pirotecnia à condição de vilões usurpadores do dinheiro público.
Não tenho aqui procuração para acusar nem defender nenhuma das partes, mas insisto e custo a acreditar que os empresários Marcelo Tavares de Mello (de história longe falcatruas) , Eliezer Menezes dos Santos (até bem recentemente festejado como um dos maiores contribuintes do ICMS do Estado), Delfim Oliveira (um dos executivos mais gabaritados do setor ) e tantos outros possam ser tratados como bandidos.
É exorbitante e inaceitável tratá-los assim.
Isso não eximi-os de investigações quaisquer ou de responsabilizações, mesmo assim a forma espetacular serve mais ao consumo dos cidadãos certamente que aumentando a visibilidade dos noticiários televisivos e de portais, bem como a venda maior de jornais, entretanto, não qualifica o processo porque em torno dessa forma possa ser que esteja havendo exorbitância e até inconstitucionalidades.
Volto a repetir: o dever do Ministério Públicos de investigar e impedir abusos é legal da mesma forma que os cidadãos de bem precisam ser tratados, pobres ou ricos, seja quem for, de forma decente, sobretudo quando se tem endereço e vida conhecida e certos.
Aliás, a perigosa mania em curso compactuada pela Midia de transformar em escândalos investigações inconclusas tem gerado uma cultura de exibicionismo exacerbado no Ministério Público como na Policia Federal, que bem lembra tempos nazistas levando todos a ficarem prestes a uma algema como se modismo fosse.
Se isso é verdade, também em nome da cidadania nada pode ficar obscuro, sem apuração, mas é demasiado e inaceitável transformar gente de bem em bandidos sem os sê-los.