O Sebrae, a posse e o futuro

Fazia tempo o auditório máster (maior mesmo) do Sebrae/PB não comportava tanta gente para uma posse considerada comum na vida histórica do mais importante instrumento de fomento à vida da micro e pequena empresa paraibana.

Ontem, a solenidade aparentemente normal como tantas foram, pareceu com adereços e elementos diferentes a transformar o ato simbólico em momento histórico sem que ninguém precisasse ovacionar quem quer que fosse.

Vamos ao que interessa: a começar com o discurso sereno do presidente da Fecomercio, Marconi Medeiros, sóbrio, mas direto nas reivindicações dos empresários. Defendeu a atração de capital e investimentos externos, mas implorou/advertiu: ‘governador, precisamos valorizar mais a empresa da casa”.

Como atenuante, reportou-se aos investimentos de grandes industrias, lembrou-se do ‘Paraiba, Sim’ – instrumento de incentivo ao fim da ilegalidade, bem como defendeu mais fôlego para os pequenos empresários, até chegar aos agradecimentos normais.

O novo presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Gomes, ‘roubou’ a descontração da festa falando em linguagem comum, corriqueira, mas fazendo no sorriso o recado real do significado da microempresa, hoje atolada até o gogo de muitos compromissos, especialmente tributários. Pareceu hilario, mas reproduziu a verdade dos grandes interessados, as microempresas.

Antes do governador, teve o superintendente em despedida, Carlos Batinga, computando as ações de resultados, como a dizer: “de minha vez fiz minha parte”. E o fez, tanto que mereceu reconhecimento até do adversário político, o chefe do executivo estadual tratando-o com sorriso aos lábios.

Na fala mais esperada, o economista Júlio Rafael assumiu-se plenamente, devoto intransigente das lutas pelo fim das desigualdades e de formação democrática que o levava a dialogar sobre fatores econômicos sem perder de vista os efeitos sociais.

Lembrou Ulisses Guimarães – e ai se perdeu num mergulho profundo que só se viu em descompasso quando o novo superintendente tomou a rédea do discurso desenvolvimentista e prometeu engajamento total junto aos técnicos do Sebrae para construir novo momento para o Estado.

Sincero, quando nem sempre valor assim é o preponderante, Julio Rafael agradeceu a todos os apoios recebidos e se fez, como condutor das políticas do micro negócio, capaz de ajustar o que for preciso, incentivar a qualificação do existente, mas buscando contribuir com a diminuição da desigualdade social.

Por fim, quase entrou de frente na temática do micro e pequeno negócio densamento na escala de um segmento a merecer novas estratégias com gente ‘velha’ no pedaço, mas acabou adiando para outro momento a leitura dos grandes projetos a desenvolver, afora os já existentes, fruto dos planejamentos anteriores.

Júlio, a rigor, se sentiu e viveu redimido – menos por setores de postura pequena do PT paraibano – acovardado ou ressentindo preferindo sentir a dor de cotovelo e a torcida do infortúnio do que, como prega o partido, reconhecer a ascensão dos que fizeram da vida uma forma de anular-se noutros sentidos em nome da sigla. Leia-se Julio Rafael.

Em síntese, o superintendente parece vacinado contra a intriga de confronto real entre a realidade e seus companheiros de PT, mas a partir de agora precisa guardar tudo em um baú de madeira boa de resistir partindo assim para a formulação de políticas transformadoras, através dos setores produtivos mais proximos da micro e pequeno negócios.

Julio Rafael pelo que demonstrou na posse está sereno, seguro e decidido a contribuir com novo momento da vida econômica estadual, por intermédio de políticas bem elaboradas no PT, portanto, mais próximas de quem vive de fomentar emprego e renda para muita gente.

Julio deu a volta por cima, mas agora será cobrado para não repetir a cantilena e perseguição idiota de tantos casos passados. Se conseguir vai dar um salto extraordinário visando o futuro e o PT nessa escala.

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