Portugal e o otimismo de Simão

LISBOA– Na capital portuguesa, onde busco compreender as articulações e negócios que dizem respeito ao Nordeste e à Paraiba na área de turismo e imóveis, sou instigado mais uma vez ao debate saudável com o irrequieto e persistente Simão Almeida – agente que dignifica a atividade partidária.

Simão acha que em recente Coluna “teria decretado” a morte da Esquerda no Estado. A rigor, não foi nada disso, exceto a constatação de que os principais partidos esquerdistas andam cambaleantes em tamanho e influência.

Mas, democraticamente, leiamos o que diz Simão:

” Caríssimo Walter Santos

Na sua crônica “O QUE RESTOU DA ESQUERDA” – me permita a imagem – você viu o “cemitério”, mas se esqueceu de visitar a “maternidade”.

A morte da esquerda, tanto quanto a morte do partido comunista, é uma coisa negada pela história tanto quanto é anunciada. Os conservadores não compreendem que se fosse possível decretar a extinção do partido comunista, no outro dia aparecia alguem que criaria um novo – sendo o mesmo.

É visível que o PT da Paraíba tem involuido; que tem afrouxado seus laços com os movimentos sociais, se desgastou com a intelectualidade; enfim “perdeu musculatura na representação popular”.

É notório que o PCdoB da Paraiba vem numa trajetória decrescente, já tem tempo. Tendo sido o primeiro partido de esquerda a eleger vereador em João Pessoa e Campina Grande, tendo eleito o primeiro Deputado Estadual, o PCdo B perdeu posições e hoje “está fora dos principais parlamentos do Estado”.

Você está certíssimo quando afirma que o PPS sob a batuta do senhor Roberto Freire – que, aliás, declarou extinto o PCB – endireitou-se de vez e hoje não passa de uma legenda sem rastro ideológico nenhum. Nem cabe mais ser colocado no campo da esquerda.

Mas isto tudo é o “cemitério”.

Na “maternidade” você vai conhecer um utro bloco da esquerda paraibana que renasce, se revigora e cresce. Refiro-me ao PSB sob a liderança de Ricardo Coutinho. Esta esquerda vem crescendo desde 2002, se fortaleceu muito em 2004, com a eleição de Ricardo Prefeito de João Pessoa e agora em 2006 demonstrou que está em expansão: Elegeu três deputados estaduais e dois deputados federais. E além do mais, não falhou no apoio à candidatura de Maranhão ao governo estadual. Cumpriu com o compromisso!

O que faz o PCdoB colocar um pé na “maternidade” não á apenas porque “se insere com gente de qualidade”, é , sobretudo, porque o PCdoB teve a clareza , desde 2002 e reforçou-a em 2004, de perceber e assumir que este era o bloco que renascia e, portanto, tinha – como tem – tudo para se fortalecer e se construir como nova referência política para a Paraiba. O PCdoB é parte integrante deste bloco.

Pode parecer paradoxal a primeira vista. Mas pensando serenamente, a verdade é que a esquerda da Paraiba se saiu mais forte nestas eleições de 2006 A vida, como a Natureza é um eterno movimento de nascer e perecer. A sabedoria está em saber distinguir aquilo que, embora fraco está nascendo, daquilo que, apesar de forte, está morrendo. Tem que separar o cemitério da maternidade.

Um caloroso abraço,

SIMÃO”

Do ColunistaEm que pese o respeito ao combativo Simão, insisto em dizer que a Esquerda e sua dignidade anda precisando de musculatura política para influir mais nos embates político-partidário no Estado.

Acho que o PSB é um quadro à parte do contexto, mas não da maioria dos partidos incluindo o PC do B.

Quanto à imagem de cemitério essa não cabe no meu manequim de leitor do cotidiano posto que, quando muito, vou lá (no dito cujo) reverenciar a memória de tantos que muito amei.

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