O que restou da Esquerda

O PT da Paraíba projeta para os próximos dias uma sessão lavanderia – onde todo o processo de vida partidária dos últimos tempos, a partir da eleição passada, será o foco central dos debates.

Há uma constatação sem que se perca tempo de pesquisas aprofundadas: mesmo sendo o partido do presidente da República, o PT tem vivido na Paraíba, ultimamente, um caminho inverso à ascensão nacional.

Se reparar direito, o partido tem involuido e, pior, perdeu a força de interferência no processo de discussão do futuro no Estado – incluindo João Pessoa, cidade onde o PT forjou uma importância especial.

A dados de hoje, nem mesmo a simbiose que havia entre a legenda e setores organizados como o dos professores universitários existe mais diante de um fosso produzido nos últimos tempos entre a cultura e burocracia partidária versus relacionamento com militância formadora de caminhos partidários.

Se tudo isso fosse pouco, o PT perdeu musculatura na representação popular reduzindo a quantidade – embora a qualidade seja o foco pretendido – de membros do partido apto a gerar interlocução com a sociedade, através do parlamento.

Feita essa leitura, indaga-se obviamente, o que se tem de saldo dos demais partidos à esquerda, a partir do PC do B, o PCB e o PPS (ex-PCB)?

Há pouco, quase nada, do que se comemorar em termos de avanço dessas três legendas forjadas no campo do socialismo porque nem representação político eles dispõem mais nos principais parlamentos do estado.

É evidente que o PC do B ainda se insere com gente de qualidade na base da luta, mas também sofreu o impacto da evasão e da inanição com a perda de outros quadros – lide Reno Macaúbas, etc.

O PCB na forma de hoje nem de longe lembra o antigo Partido Comunista – inclusive o PCB anterior ao PPS posto que o presidente Roberto Freire endireitou-se de vez perdendo essência e muita musculatura levando o PPS hoje a ser uma legenda apenas sem rastro ideológico nenhum.

Se é assim, deduz-se obviamente que a Esquerda na Paraíba está em vias de extinção ou, no máximo, tem pouca chance de voltar a ser o que foi: indispensável segmento de construção da democracia e do desenvolvimento social de nossa sociedade.

Hoje, ao que parece, nem é mel nem cabaço. Até quando será assim? – indaga-se sem resposta a curto prazo.

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