A TV Educativa do Rio reproduziu nesta terça-feira um debate/entrevista digno de acompanhamento geral da sociedade com o diretor presidente do Grupo Estado de São Paulo, Ruy Mesquita, tratando da mídia no Brasil e no Mundo. Aos 80 anos de pleno exercício no conservador mas importante jornal paulista, ele tocou nas feridas contemporâneas da comunicação na relação com a política. Pena que a audiência não tenha tido na pretensão do mestre Alberto Dines.
Trago o assunto à baila nesse momento porque uma forte vertente da comunicação nacional está envolvida com procedimentos próximos de risco na relação do Poder, mídia e a sociedade pelo controle da informação.
Parece tese do Decom ambiente de sapiência viva da UFPB mas não é. Ontem, Ruy Mesquita foi na ferida ao dizer que, depois dos males vividos pelo mercado e sociedade brasileira por conta da Censura durante a Ditadura, nos tempos atuais os perigos têm outra cara.
Ele apontou a ingerência político-partidária no comando real dos veículos; a negociação a qualquer preço da notícia e, mais recentemente, a invasão de igrejas evangélicas no setor – como males de deturpação perigosa, cuja dimensão já é possível prever na direção do retrocesso mais na frente a permanecer tal modelo.
Ele falou da tendência sempre freqüente do Poder, como instituição, de ter dificuldade para conviver com a Imprensa viva daí sempre querer poupar seus governantes sejam de qual ideologia for. A maioria não gosta de crítica.
Tanto faz estar falando dos veículos paulistanos, cariocas, mineiros ou torrelandenses aqui ao lado no bairro da Torre para entender que, tomando como prumo as palavras de espetacular Cremilda Medina sobre a Notícia como produto à venda, vivemos um momento de nova composição onde a elite migrou sua condição temente a novos personagens, nem sempre imbuídos dos melhores propósitos.
Ora, como segmento empresarial, está posto que entre as formas de sobrevivência a parte de auto sustentação econômica é fundamental e passa pelo trato da informação como produto, consequentemente negócio à venda, só que é possível pressupor de outro lado, lamentavelmente, a existência e uso indevido da chantagem diante da elite acovardada.
É evidente que a realidade e a atual leitura não podem inserir todos num mesmo saco, mas o nosso mercado de comunicação no Nordeste anota altos e baixos, exatamente pela dicotomia que é viver com o crescimento empresarial tendo resultados financeiros com ética, diferentemente de quem transforma o segmento em guilhotina temerária nas diversas camadas sociais para fins de lucro a qualquer preço.
No frigir dos ovos, a Paraíba também pode ser entendida diante das lógicas e análises produzidas em relação aos grandes centros, guardadas as proporções, onde há de tudo,empresas decentes, inclusive de recém-nascidos ávidos por crescer como gente grande.