Fortaleza – O Banco do Nordeste do Brasil está com novo diretor na praça. Tomou posse, ontem, o sucessor do ex-diretor Roberto Paulino, o também paraibano Augusto Bezerra Cavalcanti na área de Desenvolvimento Humano e Logística. O que isso representa para o Estado paraibano e como essa ponta de diálogo pode significar incremento real em nossa economia é, também, o que se indaga.
Antes de buscar entender a pergunta acima frequente no imaginário coletivo, devo registrar o tom do que o novo diretor chegou dizendo e ouvindo a partir da posse.
Augusto falou da disposição de implementar no conjunto do Plano de Ação do banco experiência de quem viveu até agora do outro lado do banco (como cliente e fomentador), mas disposto a ser um interlocutor dos menos afortunados, inserindo nesse caso a Paraíba.
No instante seguinte de sua fala, o presidente Roberto Smith expressou a lógica mais filosófica do BN forjada no fomento ao desenvolvimento produtivo e humano, através de diversas ferramentas para clientes do público e privado buscando com isso merecer a missão de instrumento da vida econômica ativa da região.
A diretoria assumida por Augusto Bezerra tem, inegavelmente, sua importância estratégica, embora realce na direção do público interno ( diretores e funcionários ) do que propriamente dos segmentos externos do mundo produtivo, que buscará interferir sempre à cata de incentivos financeiros e fiscais.
No Governo Lula, como próprio externou Smith, a cena do BN não permite improviso e serve para, além da recuperação da imagem e performance do banco estragada na gestão passada ao que parece desastrosa construir mecanismos de auto sustentação econômico mas com tudo medido e pesado porque já não se pode gastar da forma de antes.
Teses (muitas) à parte, Augusto Bezerra chega animado para exercitar os desafios do cargo, tem até vontade incontida de gerar aquecimento econômico, mas, em que pese tudo ser verdade, neste primeiro momento tudo vai ser de pavimentação inicial para, quem sabe tendo a reeleição de Lula, ele possa (em se mantendo) gerar aí sim ousados estágios de reivindicação na direção da Paraíba.
É evidente que sua disposição de agora ajuda, até diante dos números financeiros alentadores dos últimos anos em termos de investimentos do BN o Estado, entretanto, estamos ainda muito distantes de conseguirmos mega investimento, a exemplo do que Fortaleza, Recife, Salvador e Natal por exemplo expõem com aeroportos luxuosos, estaleiros, base regional de cargas, bases petrolíferas, suape, altos recursos no turismo, grandes indústrias.
Na prática, significa presumir que não vamos deslanchar em mega investimentos, mas que Augusto Bezerra tentará arrancar novidades de porte relativo, ah isso ninguém tenha dúvida de que ele fará assim, mansinho, de fala mansa, mas decidido a dizer sempre no colegiado que o Banco e/o Governo Federal estão a dever uma grande ação ou obra magnânime na Paraíba.
De qualquer forma, com a nova inserção de Augusto, tudo vale à pena quando a alma não é pequena como diz a filosofia poética para construir em favor do coletivo, especialmente da Paraíba.
Agora é esperar para ver.