A 4ª Vara Criminal de João Pessoa suspendeu temporariamente o processo contra o padre Egídio de Carvalho, acusado de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A decisão foi tomada pela juíza Virgínia Gaudêncio de Novais em razão de uma mudança administrativa no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
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A partir de 1º de setembro, a 4ª Vara passará a atuar exclusivamente em ações que envolvem vítimas socialmente vulneráveis, como idosos, crianças e adolescentes, conforme resolução aprovada pelo Órgão Especial do TJPB. Por esse motivo, a ação contra o religioso será redistribuída para outro juízo competente.
Como a agenda da Vara está preenchida até o fim de agosto, a audiência de instrução não pôde ser realizada, e o andamento do caso será retomado assim que houver a redistribuição.
Defesa teve pedidos rejeitados
Antes de suspender o processo, a magistrada analisou e rejeitou diversos pedidos da defesa de Padre Egídio. Os advogados tentavam anular a ação penal alegando irregularidades na obtenção de provas, uso de documentos sem origem clara, “pescaria probatória” (coleta indevida de provas), quebra da cadeia de custódia das provas digitais e ilegalidade em buscas e apreensões autorizadas a partir de denúncia anônima.
A Justiça, no entanto, manteve o andamento da ação e rejeitou todos os argumentos apresentados pela defesa.
Relembre o caso
O processo contra Padre Egídio de Carvalho tem origem nas investigações do Gaeco e da Polícia Civil sobre irregularidades no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. A operação “Indignus”, deflagrada em outubro de 2023, apontou desvios de cerca de R$ 13 milhões em recursos de empréstimos e verbas do SUS.
As investigações começaram após a denúncia do furto de celulares doados pela Receita Federal, que seriam vendidos em um bazar solidário para arrecadar fundos para a instituição. A apuração revelou indícios de desvio de recursos e resultou no afastamento de Padre Egídio de todas as funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba.