A promotora Ismânia do Nascimento, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), identificou indícios de homicídio no caso envolvendo o policial militar Tiago de Almeida Filho, suspeito de ter baleado o jovem Guilherme Pereira antes da colisão da moto em que ele estava com a namorada, Ana Luíza. Ambos morreram após o impacto contra um poste no bairro do Muçumagro, em João Pessoa.
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Apesar de reconhecer a existência de elementos que apontam para homicídio, Ismânia não apresentou denúncia à Justiça. Segundo ela, a atribuição cabe ao promotor responsável pelo Tribunal do Júri. No parecer, a promotora citou laudos periciais dos corpos e do capacete utilizado por Guilherme como base para a análise, além de depoimentos de testemunhas e do pai de Ana Luíza, Joselito Pereira. Para a representante do MP, “há indícios suficientes de que a conduta do indiciado se configura como crime doloso contra a vida”.
A Polícia Civil já havia indiciado o policial por duplo homicídio qualificado. O laudo assinado por três peritos do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) concluiu que Guilherme foi atingido por um disparo de arma de fogo, que entrou pelo lado esquerdo da cabeça e saiu pelo direito. O capacete da vítima também apresentava perfuração compatível com o projétil.
O indiciamento, assinado pela delegada Luísa Correia, aponta que a munição usada no disparo era “similar à utilizada em fuzis” da Polícia Militar. Segundo o documento, durante a ronda que precedeu o acidente, policiais portavam fuzis e houve solicitação ao comando da corporação para que fosse feita a verificação das armas empregadas na ação. A conclusão da Polícia Civil é de que “o policial efetuou o disparo de arma de fogo que atingiu o jovem na cabeça e provocou a colisão da moto”.
