O Tribunal de Justiça da Paraíba manteve, nesta segunda-feira (18), a prisão temporária de cinco policiais militares investigados pela morte de cinco jovens durante uma ação policial em 15 de fevereiro de 2025, na Ponte dos Arcos, entre João Pessoa e Conde. Os agentes serão transferidos para a carceragem do 1º Batalhão da Polícia Militar, na capital.
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A operação, coordenada pelo Ministério Público da Paraíba em conjunto com a Polícia Civil e a Polícia Militar, mobilizou 72 agentes e cumpriu seis mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. Apenas cinco policiais foram presos, já que o tenente Álex William de Lira Oliveira está em viagem internacional. Os militares detidos foram identificados como:
Sargento Marcos Alberto de Sá Monteiro
Sargento Wellyson Luiz de Paula (RP do 7º BPM)
Sargento Kobosque Imperiano Pontes
Cabo Edvaldo Monteval Alves Marques
Soldado Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel
Todos atuavam no 5º Batalhão da PM em João Pessoa, responsável pela Zona Sul da capital.
O caso
Segundo a Polícia Militar, os jovens estavam em um carro preto e planejavam vingar o feminicídio de Ana Gabriela, morta no mesmo dia por ter incentivado uma amiga a se separar do marido. O filho da vítima, Gabriel Cassiano de Sousa, de 17 anos, teria reunido amigos para o ataque. As vítimas foram:
Fábio Pereira da Silva Filho, 26 anos
Emerson Almeida de Oliveira, 25 anos
Alexandre Bernardo de Brito, 17 anos
Cristiano Lucas, 17 anos
Gabriel Cassiano de Sousa, 17 anos
De acordo com a versão da PM, os ocupantes do veículo atiraram contra os policiais, que reagiram. A defesa dos militares reforça essa versão e afirmou que o tenente em viagem irá se apresentar quando retornar ao Brasil.
Laudos e investigação
A perícia apontou que os veículos onde estavam as vítimas foram atingidos por mais de 90 disparos, sendo 74 em um carro e 18 em outro. Quase todos os tiros partiram de fora para dentro. Apenas um disparo foi efetuado de dentro para fora.
O laudo também destacou que os carros foram removidos do local pelos próprios policiais antes da perícia, o que comprometeu a preservação de vestígios. O registro médico do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa mostra que os jovens chegaram sem vida, todos com múltiplos ferimentos, principalmente no crânio e no tórax.
O Ministério Público instaurou procedimento administrativo para fiscalizar a apuração e verificar as circunstâncias da ação. Familiares das vítimas contestam a versão da Polícia Militar sobre troca de tiros e suposta ligação dos jovens com facções criminosas.