Cinco PMs são presos em operação do Ministério Público que investiga chacina de jovens no Conde

Fachada do Ministério Público da Paraíba (MPPB)

Cinco policiais militares foram presos nesta segunda-feira (18) durante a Operação Arcus Pontis, deflagrada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que investiga a morte de cinco jovens em 15 de fevereiro deste ano, na Ponte do Arco, no Conde, Litoral Sul do estado. Um sexto policial, também alvo da ação, está nos Estados Unidos e deve se apresentar às autoridades quando retornar ao Brasil.

Ao todo, a operação cumpriu 12 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária e seis de busca e apreensão, todos expedidos pela Vara Única de Conde. Participaram 72 agentes, entre promotores de Justiça, policiais militares — com apoio da Corregedoria da PM —, policiais civis e integrantes do Núcleo de Gestão do Conhecimento e Segurança Institucional (NGCSI).

O caso

As investigações apuram uma suposta chacina que terminou com a morte de cinco jovens durante um confronto com policiais militares. O episódio ocorreu horas depois do feminicídio de Ana Gabriela, morta no Conde pelo marido após incentivar uma amiga a se separar.

Segundo a Polícia Militar, o filho da vítima, Gabriel Cassiano de Sousa, de 17 anos, reuniu amigos para se vingar. O grupo seguia em dois veículos quando foi interceptado na Ponte do Arco. A PM afirma que os jovens atiraram contra os policiais, que revidaram.

As vítimas foram identificadas como:

Fábio Pereira da Silva Filho, 26 anos

Emerson Almeida de Oliveira, 25 anos

Alexandre Bernardo de Brito, 17 anos

Cristiano Lucas, 17 anos

Gabriel Cassiano de Sousa, 17 anos

Laudo pericial

Um laudo da perícia apontou que os carros foram atingidos por mais de 90 disparos, sendo 74 em um veículo e 18 em outro. Apenas um tiro partiu de dentro para fora dos automóveis. O documento registrou que os veículos foram removidos do local pelos policiais antes da perícia, o que comprometeu a preservação de vestígios.

Guias do Hospital de Trauma de João Pessoa mostram que os jovens chegaram mortos, todos com múltiplos ferimentos por arma de fogo no crânio, no tórax e nos membros.

Defesa dos policiais

O advogado Luiz Eduardo, que representa os investigados, afirmou que os policiais “foram recebidos a tiros por dois veículos e revidaram em legítima defesa”. Ele disse ainda que “todos os procedimentos legais foram cumpridos durante a ação” e ressaltou que os militares são reconhecidos e treinados.

Próximos passos

O Ministério Público informou que a operação reafirma o compromisso da instituição com a responsabilização de todos os envolvidos, independentemente de cargo ou função. Os policiais presos aguardam audiência de custódia na Central de Polícia de João Pessoa.

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