O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira (22).
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De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Tagliaferro teria repassado à imprensa diálogos internos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE com o objetivo de “desacreditar o sistema eletrônico de votação e obstruir apurações”. A denúncia também aponta que ele manipulou celulares para ocultar provas e dificultar investigações da Polícia Federal (PF).
Segundo a PGR, em julho, enquanto estava no exterior, Tagliaferro participou de uma entrevista com o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, durante a qual ameaçou divulgar novos dados sigilosos e lançou uma campanha de arrecadação para financiar essas revelações. Para a Procuradoria, os atos configuram evidências de “alinhamento às práticas da rede investigada por ataques às instituições democráticas”.
A investigação da Polícia Federal já havia indiciado Tagliaferro em abril por vazar informações sigilosas com o objetivo de atrapalhar apurações sobre fake news.
A denúncia apresentada pela PGR cita os seguintes crimes: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda analisará se a denúncia será aceita ou rejeitada.