Trump está desarmando arma secreta americana

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Como todos sabem, em 2024 a população americana escolheu de forma veemente o candidato republicano como o 47º presidente americano. Em 20 de janeiro de 2025, o presidente Donald Trump assumiu seu segundo mandato a frente da presidência americana. Logo colocou em prática suas promessas de campanha, que podem ser sintetizadas pela expressão MAGA (Make American Great Again), ou seja, “fazer a América Grande de Novo”.

Uma das propostas incluídas nesta MAGA é o fechamento do departamento de educação federal, transferindo as responsabilidades para os estados. No bojo desta transferência está a proibição de financiamento de qualquer programa que incentive a abordagem WOKE. Esta abordagem é vista como engajamento em causas sociais, na luta por inclusão, no aumento na representatividade e justiça. Ou seja, é uma postura crítica e vigilante contra as desigualdades sociais e culturais. Desigualdade englobando combate as diferenças de oportunidades de gênero. Os críticos afirmam que é uma abordagem excessivamente politizada e que incentiva práticas que são proibidas pela Bíblia.

Como a eleição foi por uma boa margem de votos e o então candidato Trump não poupou os eleitores de suas ideias, por mais absurdas que fossem, o governo empossado se sentiu no dever de implementar sua plataforma eleitoral.
Naquela esta um controle maior das universidades que recebem verbas federais, mesmo que as universidades não estejam em território americano, como aconteceu com o envio de um questionário às universidades portuguesas em que se perguntava se nelas existiam algum tipo de curso ou ação que envolvesse questão englobadas na abordagem WOKE.

No entanto, os mais radicais dos apoiadores de Trump, representados por Steve Bannon, expoente da extrema direita americana cujas ideias supremacistas são divulgadas pelo Breitbart News, advogam que além de combater a abordagem WOKE se deve incentivar a presença só de americanos como professores nas universidades e a proibição de pessoas não nacionais em cargos de alta qualidade nas empresas.

O discurso é “A américa é para os americanos”. Para isto estão advogando a revogação do visto de trabalho temporário para estrangeiros altamente qualificados. Este visto é chamado de H-1B.

Pois bem, este visto é a verdadeira arma secreta americana, pois faz os EUA ser um sorvedouro da nata dos engenheiros, cientistas, físicos etc. Porém, sem este visto, que consegue atrair o que tem de melhor da capacidade cientifica e empresarial mundial para os EUA, o establishment científico americano entrará em colapso. Não existiria vale do silício sem o H-1B. Google, Apple, Microsoft, Meta e muitas outras empresas terão grandes problemas em preencher seus cargos de alto desempenho administrativo e de criação científica.

Nos EUA, 50% dos candidatos a PhD são estrangeiros. Em 2021, último ano da estatística, 35% do corpo docente da Universidade de Harvard era composto por professores nascidos fora dos EUA. Uma vasta gama de ganhadores do prêmio Nobel é de estrangeiros que trabalham em universidades dos EUA. São asiáticos, europeus, latino-americanos, africanos que ajudaram a criar vários negócios e várias indústrias nos EUA. Só para ficar num exemplo, a criação do Facebook teve a participação essencial de um brasileiro chamado Eduardo Saverin.

Já se percebe o movimento de vários professores de universidades americanas migrando para universidade inglesas e canadenses. Segundo uma pesquisa da revista Nature com 1600 cientistas trabalhando em universidades americanas, 75% dos mesmos declararam estudar a possibilidade de sair do país. A cegueira ideológica dos adeptos de Trump pode terminar desarmando a maior arma secreta que a sociedade americana tem para continuar sendo a sociedade mais criativa e a principal economia do mundo.

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