Cirurgia de alta complexidade contra câncer é realizada pela primeira vez no Sertão da Paraíba

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Uma cirurgia inédita realizada no Sertão paraibano acaba de marcar um novo capítulo na interiorização da saúde pública de alta complexidade. O procedimento, considerado extremamente delicado, foi realizado no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos, com o suporte técnico e estrutural viabilizado pelo Programa Paraíba Contra o Câncer, do Governo do Estado.

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A operação, chamada Esofagogastrectomia Total com Toracostomia, durou cerca de sete horas e envolveu a remoção completa do esôfago e do estômago de um paciente de 57 anos, natural de Bonito de Santa Fé, que já havia passado por sessões de quimioterapia e radioterapia. Para garantir a segurança e a complexidade do procedimento, foram utilizados materiais especiais fora da cobertura do SUS, como tesoura de energia ultrassônica e clipes de contenção de sangramento.

“Além de o procedimento ser inédito na região é preciso ressaltar que ele só foi possível de ser realizado aqui graças ao Programa Paraíba Contra o Câncer, que foi quem viabilizou a aquisição destes materiais necessários para realização da cirurgia nos moldes em que ela foi feita, pois se trata de um procedimento de alta complexidade e que requeria insumos e equipamentos não existentes no hospital”, destacou o cirurgião oncológico Anderson Neves, que liderou a equipe responsável.

Ao lado de Neves, atuou o também cirurgião oncológico Wostenildo Crispim, que celebrou o feito como um marco regional: “Essa cirurgia pioneira no sertão, que usou três tempos cirúrgicos, o torácico, abdominal e cervical, abre um precedente positivo e mostra que estamos capacitados, tanto em termos de equipe, quanto de estrutura para realização de cirurgias de alta complexidade não de forma apenas pioneira, mas corriqueira e reforça a importância do Programa Paraíba Contra o Câncer sem o qual não teríamos condições de realizar tal procedimento em Patos”.

A tecnologia aplicada também fez a diferença. A utilização da videotoracoscopia — técnica minimamente invasiva que permite a visualização do interior do tórax — reduziu impactos cirúrgicos e contribuiu para uma melhor resposta do paciente na recuperação. “Essa cirurgia é considerada de alta complexidade e compreendeu a retirada do esôfago em toda sua extensão, desde o pescoço até o abdômen, além da retirada de linfonodos do tórax”, explicou Neves.

Após a operação, o paciente foi encaminhado para a UTI, onde permaneceu até a manhã desta quarta-feira (16). Ele já está estável, extubado, e em acompanhamento no setor de semi-intensiva. A previsão é que ele permaneça em observação por cinco a sete dias, período necessário para reeducação alimentar e adaptação do trato digestivo ao novo cenário pós-cirúrgico.

A intervenção consolida não apenas a capacidade técnica dos profissionais da unidade, mas também o alcance do Programa Paraíba Contra o Câncer, que tem permitido acesso mais rápido e eficiente ao diagnóstico e tratamento oncológico em regiões fora da capital.

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