O escritor e sociólogo Marcus Alves lançou, neste sábado (8), o livro ‘Vírus e o anjo de Van Gogh’. A solenidade aconteceu na Livraria do Luiz, Centro de João Pessoa, e reuniu artistas e diversos segmentos da cultura de João Pessoa e da Paraíba, representantes do teatro, cinema, artes visuais, culturas populares, LGBTQIA+, entre outros. A obra foi escrita durante o período crítico da pandemia da Covid-19 e traz um relato do autor sobre a experiência em forma de poemas.
“Fico imensamente agradecido e contente com toda essa experiência. Esta obra tem um propósito e motivo literário, como todo destino do ato de escrever, mas também ganha um sentido de memória, no aspecto de ter sido fruto da minha experiência do isolamento social motivado pela pandemia”, declara Marcus Alves.
O momento alto do lançamento foi quando o escultor Jurandir Maciel e o artista plástico Wilson Figueiredo presentearam o escritor com obras. Wilson fez um retrato de Marcus Alves, e Jurandir, um busto. “Foi um momento muito representativo”, observa o escritor. “Agradeço de coração aos artistas Wilson Figueiredo e Jurandir Maciel pela homenagem e pela delicadeza de terem criado peças tão lindas para mim”.
Estiveram presentes diversos amigos e representantes de entidades como a Academia Paraibana de Letras (APL); Fundação Casa de José Américo (FCJA); da Secretaria de Estado da Cultura; representantes da Central Única de Favelas (Cufa), que fizeram um belo trabalho artístico na Galeria Augusto dos Anjos, onde está instalada a Livraria do Luiz; também participou do lançamento a artista plástica Juliana Alves Xukuru, esposa do autor e responsável pelas ilustrações da publicação, entre outros.
A apresentação foi feita pelo jornalista Hélder Moura, membro da Confraria Sol das Letras, entidade que, mensalmente, promove o Pôr do Sol Literário na Academia Paraibana de Letras. “(…) É praticamente impossível não fazer uma associação desse vírus poetizado pelo autor com o recente vírus, que a todos horrorizou. O vírus das perdas. Essas perdas estão expostas em carne viva em vários dos poemas de Marcus. A partir já do poema que abre o livro ‘Ninguém ensina a dizer adeus’”, relata Moura.
E emenda “(…) O texto parece expressar uma projeção da marcha da civilização numa espécie de tragédia contínua nessa melancolia que é viver, e sobreviver aos que se foram. (…). É um livro para se ler e refletir sobre o que nos torna humanos”, acrescenta.
O artista plástico Wilson Figueiredo afirma que se sente realizado. “Marcus Alves é um amigo e, por isso, fiz uma foto dele com a técnica do arame, que é uma forma diferenciada de fazer arte. Consegui pegar as expressões que o material permite”, destaca.
Ele acrescenta que o evento foi um sucesso. “Foi maravilhoso, um momento espontâneo. E Marcus é uma pessoa muito querida, somos amigos há muitos anos, e ele tem feito coisas maravilhosas em relação às artes”, observa.
Jurandir Maciel ressalta que o momento foi muito significativo para o movimento literário. “Reunimos uma falange grande de pessoas da cultura literária e da sociedade. Achei muito importante e valioso”, declarou. Sobre a escultura que entregou a Marcus Alves, ele disse que foi uma forma de homenagear. “O presente que levei foi pelo artista e pelo amigo que ele é”, comenta.
A obra – ‘Vírus e o anjo de Van Gogh’ foi escrito durante a fase crítica da pandemia da Covid-19, quando as pessoas estavam presas dentro de suas casas, temerosas, assustadas, com medo de uma doença sem precedentes e de suas consequências. O escritor aproveitou o momento para transformar em texto sua vivência diária com o desconhecido. E a série de poemas, sob o olhar atento e o estímulo do escritor Juca Pontes, se transformou em livro, publicado pela Forma Editorial.