No dia seguinte ao maior protesto de Brasília em uma semana, com mais de 30 mil pessoas, o prédio em que ficam os ministérios da Cultura e do Meio Ambiente foi evacuado na manhã desta sexta-feira (21) por uma ameaça de bomba. O edifício foi isolado.
Segundo o Ciad (Central Integrada de Atendimento e Despacho), ligado ao Corpo de Bombeiros, o esquadrão antibombas faz uma varredura no local e três carros dos bombeiros foram enviados para averiguar a situação.
A Polícia Militar não soube informar quantos homens foram enviados ao local. Segundo a PM, houve uma ligação anônima informando a suposta ameaça de bomba.
Saldo do protesto
Durante o protesto de ontem, o Samu fez 55 atendimentos e 12 remoções para hospitais. De acordo com a SSP, os bombeiros atenderam 82 feridos (a maioria por intoxicação por gás). Somados, os feridos chegam a 137. Entre os policiais, houve 10 feridos.
Um homem caiu de um viaduto e morreu, mas, segundo o Samu, não é possível relacionar à morte com os protestos.
Houve três prisões, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública): dois foram presos dentro do Itamaraty na hora da invasão e uma pessoa foi presa por jogar pedras na direção dos policiais. Todos foram encaminhados para o 5º DP.
Depredação na Esplanada
O ministério fica na Esplanada dos Ministérios, área que concentrou os protestos nesta quinta-feira e que foi depredada ao final da manifestação.
A manifestação de ontem, que reuniu 30 mil pessoas, foi a maior entre as cinco da última semana.
O protesto foi marcado por alguns atos de vandalismo, como a depredação do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, que contrastaram com o clima de calmaria da maioria dos ativistas.
Antes de invadir o Itamaraty, os ativistas já tinham tentado entrar no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, mas as sedes do Legislativo e do Executivo estavam protegidas por um cordão de isolamento da Polícia Militar.
Com o aumento do vandalismo, a PM começou a atirar bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Alguns manifestantes “retribuíam” jogando pedras sobre os policiais.
O efeito da dispersão foi a subida dos manifestantes pela Esplanada. Ao longo da avenida, vários sinais de vandalismo.
Os manifestantes fizeram uma fogueira no gramado — e impediram que os bombeiros a apagassem.
O prédio do Ministério da Saúde foi pichado com frases como “chega de ilusão”, “cadê a educação” e “respeite o povo”. Os prédios dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente também tiveram pichações.