Economia

Nordeste lidera atraso em graduação por causa do vício em apostas esportivas; confira os dados da pesquisa

Nordeste lidera impacto das apostas online na educação superior, com 44% dos jovens adiando ou cancelando matrícula por falta de recursos.


15/07/2025

(Foto: Reprodução)

Anna Barros



O impacto do vício e gasto dos brasileiros em apostas esportivas pode ser observado em diversos âmbitos da vida, incluindo a graduação. A pesquisa “O impacto das bets na educação superior”, realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e pela Educa Insights apontou que 34% dos entrevistados tiveram que interromper as apostas para engressar nos estudos no primeiro semestre deste ano. O número cai para 24% quando o segundo semestre é considerado.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

De todas as regiões do país, o Nordeste é o que mais sente o impacto desses dados. De acordo com a pesquisa, 44% dos nordestinos associam o adiamento da graduação à prática de apostas online. O número é ligeiramente no Sudeste, com 41%, e com uma grande diferença para o Sul e Centroeste, com 17% e 18%, respectivamente.

Para o segundo semestre, os números caem, mas o Nordeste segue na liderança com 32%. Sudeste, Sul e Controeste ficaram com 27%, 17% e 18%, respectivamente.

Para o próximo ano, a previsão é de que das 2,9 milhões de pessoas que entrariam no ensino superior – em instituições privadas – no primeiro semestre, 986 correm risco de não efetivar a matrículas devido ao comprometimento financeiro com as bets.

Em relação à 2024, a pesquisa apontou o seguinte aumento de casos nas regiões:

  • Nordeste: 7,76%
  • Sudeste: 9,39%

As regiões Norte e Centroeste registraram queda de 33,16% e 24,97%, respectivamente.

Não é apenas a matrícula que é afetada, 14% dos alunos que já estão cursando o ensino superior também sentem o impacto ao atrasarem mensalidade ou trancarem o curso por causa das apostas. Nas classes B1 e B2 o índice é ainda maior, chegando a 17%.

Impacto no bolso

A pesquisa apontou que 52% dos entrevistados apostam de uma a três vezes por semana, e 80% deles comprometem até 5% da renda mensal. No entanto, o número de pessoas que ultrapassam 10% do salário cresceu consideravelmente, principalmente entre os mais pobres.

Universo da pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 24 de março deste ano e ouviu pessoas de 18 a 35 anos, de todas as regiões e classes sociais do país. Também foi considerado o interesse em cursar o ensino superior.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.