Um laudo da Polícia Civil da Paraíba confirmou que o jovem Guilherme Pereira foi baleado na cabeça antes de colidir com um poste durante uma abordagem da Polícia Militar no bairro de Muçumagro, em João Pessoa. O documento, assinado por três peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC), identificou uma perfuração transfixante no crânio da vítima, compatível com disparo de arma de fogo. A bala entrou pelo lado esquerdo da cabeça e saiu pelo lado direito.

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A análise também incluiu o capacete utilizado por Guilherme no momento da colisão. O objeto apresentou uma perfuração compatível com o projétil, reforçando a conclusão de que o jovem baleado perdeu o controle da moto após ser atingido.

Guilherme pilotava a motocicleta na madrugada de 30 de novembro de 2024, com a namorada Ana Luiza na garupa, quando os dois morreram ao colidir com um poste. A versão inicial da Polícia Militar alegava que a colisão havia sido causada por uma tentativa de fuga durante uma fiscalização na região da Praia do Sol.

Contudo, as investigações avançaram após o pai do jovem solicitar a exumação dos corpos, em junho deste ano. A Delegacia de Homicídios reabriu o inquérito e afastou a hipótese de morte exclusivamente por acidente.

O inquérito incluiu depoimentos de policiais militares que participaram da abordagem. Dois deles confirmaram que portavam fuzis. Um relatório da delegada Luísa Correia, da Polícia Civil, apontou que a munição que atingiu Guilherme era “similar à utilizada em fuzis da PMPB”.

O policial militar identificado foi indiciado por duplo homicídio qualificado consumado. Ele e os demais policiais negaram, em depoimento, terem efetuado disparos contra os jovens. A defesa do indiciado informou que ainda não teve acesso ao relatório e só se manifestará após análise completa.

Sobre a morte de Ana Luiza, o laudo concluiu que a causa foi uma pancada forte na cabeça, provocada pela colisão. O documento não identificou fragmentos de munição no corpo da jovem.

Os corpos foram sepultados novamente no cemitério Nossa Senhora da Boa Morte, em Bayeux, após a exumação. O caso segue sob investigação.