A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) distribuiu nota, nesta segunda-feira (17), confirmando que o Ministério Público da Paraíba (MPPB) pediu o arquivamento da denúncia formulada pelo próprio órgão contra o árbitro alagoano, Francisco Carlos do Nascimento, o Chicão como é conhecido no meio. Ele era alvo da “Operação Cartola”, acusado de envolvimento em esquemas de manipulação de resultados no futebol, com abrangência em jogos do Campeonato Paraibano.
Na nota, a Anaf ainda cobra dos órgãos competentes a reparação por tudo que o árbitro nos últimos meses após ter sido afastado das funções no futebol. “Além de ter sua imagem exposta nacionalmente, causando um prejuízo sem precedentes para a sua família, afetada diretamente com as denúncias, Chicão ficou mais de um ano afastado dos gramados pagando por algo que muitos lavaram as mãos, antecipando a sua ‘culpabilidade’”, diz trecho da nota.
Em contato com o Portal WSCOM, o advogado Luiz Pereira argumenta que a defesa dos demais árbitros envolvidos na “Operação Cartola” mantém a esperança de que o resultado dos outros acusados seja idêntico. “Até aqui foi possível construir muitas provas que afastam qualquer mácula na conduta dos árbitros. Aguardamos que o resultado seja absolvição e que eles possam voltar às suas atividades no futebol paraibano”, destacou.
Confira a nota da ANAF na íntegra:
“O Ministério Público da Paraíba pediu o arquivamento da denúncia que o próprio órgão fez, contra o árbitro alagoano, Francisco Carlos do Nascimento. Com o nome indevidamente citado na “Operação Cartola”, desencadeada em 2018 pela Polícia Civil da Paraíba, em segundos, toda a sua carreira foi colocada em xeque em reportagens que afiançavam o seu envolvimento em esquemas de manipulação de resultados no futebol nacional.
Além de ter sua imagem exposta nacionalmente, causando um prejuízo sem precedentes para a sua família, afetada diretamente com as denúncias, Chicão ficou mais de um ano afastado dos gramados pagando por algo que muitos lavaram as mãos, antecipando a sua “culpabilidade”.
Mas a pergunta que não quer calar, é: quem agora reconstruirá a sua imagem, totalmente arranhada com esse episódio?
Essa pergunta deixaremos para os que o acusaram, possam respondê-la, tendo em vista que o próprio Ministério Público, por falta de provas, mandou arquivá-la. Cabe agora a comissão de árbitros da CBF não só reintegrá-lo ao quadro nacional o designando para as partidas sob sua tutela, como também, que a Federação Alagoana de Futebol apoie o seu retorno ao futebol, como fez no último sábado (15), o escalando no confronto entre Coruripe x ASA, em partida válida pelo campeonato estadual.
A ANAF entende que a Operação Cartola prestou um grande serviço ao futebol brasileiro, mas errou ao alienar, sem provas, o nosso associado ao maior escândalo de corrupção no futebol paraibano. Em tempos de acusações baseadas no achismo, uma carreira construída com suor, superação e disciplina, agora terá que ser reinventada”.
Salmo Valentim
Presidente da ANAF
Escrito por: Angelo Medeiros
