Foram quatro anos de espera, mas o doce sabor da vingança veio na noite desta sexta-feira para o voleibol brasileiro. Diante da grande algoz de Londres em 2012, os comandados de Bernardinho não deram chances na Rio 2016. Com uma atuação no mais alto nível, o Brasil despachou a Rússia por 3 sets a 0 (25-22, 25-22 e 25-17) para se garantir em mais uma final olímpica, a quarta consecutiva.
A disputa do ouro acontece agora no próximo domingo, às 13h15 (de Brasília), diante da Itália, que bateu os Estados Unidos mais cedo por 3 a 2. Antes, às 9h30, a Rússia encara os norte-americanos pelo bronze.
Diante da Rússia, a história foi bem diferente da de quatro anos atrás. A começar pela vitória antes de a bola subir. Lucarelli e Lipe, que sentiram lesões nas quartas diante da Argentina, conseguiram entrar em quadra.
E eles não só começaram como os ponteiros titulares da equipe como foram fundamentais. Em especial Lipe, que, durante toda a partida, sacou muito e destruiu o sistema de passe russo.
Embalado pela torcida, o Brasil não esteve em uma grande desvantagem em nenhum momento do jogo. Pelo contrário. Equilibrou os sets até o momento final, até deslanchar e abrir o necessário para fechar cada parcial.
E, desta vez, não havia Muserskiy para fazer milagre. O meio de rede que foi improvisado como oposto e marcou 31 pontos na final de 2012 não está no Rio devido a lesões. E o técnico russo simplesmente não conseguiu achar outra carta na manga para repetir o que fez quatro anos atrás.
Foi a primeira vitória do Brasil diante da Rússia em jogos de mata-mata desde aquela final em Londres. O time brasileiro até levava vantagem no confronto direto desde então (3 a 2), mas só havia ganhado jogos de fases de grupo. Na única eliminatória que tinham feito, o triunfo foi russo na final da Liga Mundial de 2013.
Destaque absoluto para Wallace. Com Lucarelli ainda sendo um tanto quanto poupado e recebendo menos bolas difíceis que o normal, o oposto mais uma vez chamou a responsabilidade. Marcou 18 pontos e acabou como o maior pontuador da equipe na partida.
O Brasil já era o único país do mundo a fazer três finais seguidas no vôlei masculino em Olimpíadas. Fará agora a sua quarta. Das últimas três, acabou ganhando só uma, a primeira, em 2004. Justamente diante da Itália, a adversária do próximo domingo.
Vale lembrar que brasileiros e italianos estavam no mesmo grupo na primeira fase e já se enfrentaram nesta Olimpíada. O time de Bernardinho até saiu na frente, mas acabou tomando a virada e foi derrotado por 3 a 1.
Mas final é diferente. E final em casa é mais diferente ainda.