O presidente do Tribunal Disciplinar da Conmebol, Caio César Rocha, garantiu que até segunda-feira a entidade vai se pronunciar em relação ao caso envolvendo o volante do Cruzeiro, Tinga. O jurista, no entanto, antecipa que a Conmebol não deve punir de maneira drástica o Real Garcilaso. No jogo, realizado no dia 12 de fevereiro, em Huncayo, no Peru, pela Taça Libertadores, a torcida do time peruano imitou sons de macaco a cada vez que o jogador da Raposa tocava na bola. Rocha, que não participará do julgamento por ser brasileiro, fala do trâmite do processo.
– Em relação ao caso Tinga, eu não participo do julgamento, mas eu tenho tomado conhecimento do caso, tenho acompanhado de perto até mesmo para informar a imprensa e a sociedade brasileira. A informação que eu tive hoje (quinta-feira), da assessoria da Conmebol, é que foram encerradas finalmente as investigações preliminares e foram utilizadas algumas provas de vídeo. As provas foram encaminhadas para o clube, o Real Garcilaso, eles já se manifestaram sobre elas. A investigação está encerrada. A perspectiva é que se tenha uma decisão final na segunda-feira da semana que vem – disse Caio César Rocha em entrevista à Rádio Itatiaia.
Segundo Caio César Rocha, o Tribunal da Conmebol, pelo histórico que tem, deve aplicar uma punição didática ao Real Garcilaso e advertir o clube peruano em relação a futuros erros.
– Uma vez que o tribunal entenda que houve essa prática de algum ato racista, que eu também não posso prever se essa vai ser a decisão, as penas são muito amplas. A possibilidade do tribunal aplicar discricionariedade é muito grande em relação às penas, que vão desde a aplicação de multa até a realização de partidas com portões fechados, passando até por possibilidade de perda de pontos, numa situação mais grave e mais extrema. Eu acredito que no histórico do tribunal, ele vai analisar o nível de gravidade, mas também com intenção de proferir uma pena mais didática, não muito radical, mas alertando o clube e demais clubes que participam da competição que se situações voltarem a se repetir as penas podem ser muito mais graves.
Se o Cruzeiro espera ganhar os pontos da partida é bom mudar de ideia. Caio Rocha acredita que uma punição desse tipo, que é a mais grave de todas, não deve acontecer.
– Realização de um novo jogo, não tem previsão para esse tipo de situação, mas reversão de pontos eu acredito que é a pena mais grave que se pode aplicar. Eu vejo poucas possibilidades de isso acontecer, porque realmente é uma pena muito rigorosa, com uma situação, claro, se for constatado isso, seria uma situação grave, mas como se fosse a última pena que seria aplicado. Eu acho que não aconteceria isso em uma primeira situação.