Em um momento marcado pela reconstrução das políticas culturais no país, foi oficializada, nesta quinta-feira (24), a criação do Fórum Paraibano de Gestores Municipais de Cultura. A cerimônia, realizada no Centro de Convenções de João Pessoa durante o 2º Encontro Nacional de Gestores da Cultura, contou com a presença de autoridades do Ministério da Cultura (MinC) e consolidou uma articulação iniciada em 2023.

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O Fórum nasce com adesão de pelo menos 80 municípios e o objetivo de aproximar gestões locais para debates colaborativos em torno das políticas públicas do setor. À frente dessa iniciativa está Igoberg Bernardo, secretário municipal de Cultura de Cabedelo, que foi eleito e empossado como o primeiro presidente da nova entidade.

“Nossa proposta é integrar, articular ações colaborativas com foco nas gestões municipais. E, nesse sentido, o nosso principal objetivo é aproximar cada vez mais os diferentes municípios paraibanos”, afirmou Igoberg, que agradeceu o apoio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB), especialmente no processo de formulação do estatuto do Fórum.

A efetivação do Fórum é resultado de um processo que começou em novembro do ano passado e contou com reuniões contínuas, com envolvimento direto da Secult-PB e do Ministério da Cultura. Para Pedro Santos, secretário de Estado da Cultura, o momento é propício para o fortalecimento das instâncias locais. “Tudo isso está acontecendo por causa do bom momento que estamos vivendo”, comentou, fazendo referência à reestruturação do MinC e à orientação municipalista do governo João Azevêdo.

Pedro também destacou o esforço do governo estadual para descentralizar ações. Segundo ele, um levantamento feito pela Secult-PB em 2023 mostrou que 164 cidades receberam investimentos culturais diretos. Mas fez um alerta: “Os investimentos do Estado nos municípios são importantes, mas isso não tira as responsabilidades desses municípios com a cultura. Não é porque chegou verba da Pnab, que um município pode abrir mão de um orçamento próprio para o setor”, frisou.

Representando o Ministério da Cultura, o presidente do Sistema Nacional de Cultura, Júnior Afro, defendeu uma mobilização permanente das redes locais. Para ele, ainda há desafios estruturais que precisam ser enfrentados com união e estratégia. “Precisamos trabalhar pela reconstrução de um modelo de articulação de gestores e de públicos de cultura. Assim vamos ter mais eficiências para criar mecanismos de pactuação”, afirmou, ao apontar a sazonalidade e a descontinuidade de políticas como entraves históricos.

Com a fundação do Fórum, a Paraíba passa a integrar de forma mais ativa a Rede Nacional de Gestores Municipais de Cultura, fortalecendo sua presença no cenário das políticas culturais do país. A expectativa, agora, é de que esse espaço funcione como uma instância permanente de diálogo, cooperação e formulação de estratégias que respeitem as especificidades regionais e ampliem o alcance das ações culturais em todo o estado.