O Federal Reserve de Chicago divulgou nesta quinta-feira (2) sua projeção mais recente para o mercado de trabalho americano: a taxa de desemprego teria ficado em 4,3% em setembro, o mesmo patamar registrado em agosto. A estimativa é parte de uma nova métrica “em tempo real”, publicada apenas pela segunda vez.
O cálculo combina dados da Pesquisa de População Atual, do governo, com informações de fontes privadas, como a plataforma de empregos Indeed e o Google. O indicador será atualizado duas vezes ao mês e não substitui as estatísticas oficiais, mas tem ganhado relevância diante do atraso na divulgação do tradicional relatório de emprego do Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS). O documento permanece suspenso devido à paralisação do governo dos EUA, a 15ª desde 1981.
Diante dessa lacuna, a ferramenta do Fed de Chicago passou a ser vista como um parâmetro importante para orientar a política monetária. “O melhor número é o do Escritório, mas se não o tivermos, usaremos o do Fed de Chicago e outros”, afirmou Austan Goolsbee, presidente da unidade regional, em entrevista à Marketplace Radio.
Em setembro, o Federal Reserve já havia reduzido os juros em 0,25 ponto percentual, após uma desaceleração brusca na criação de vagas e alta do desemprego em agosto. A decisão foi interpretada como medida preventiva contra uma possível deterioração repentina do mercado de trabalho.
A nova projeção, no entanto, sugere que um enfraquecimento acelerado não está ocorrendo no momento. Segundo o Fed de Chicago, houve leve queda na taxa de contratação de desempregados e pequeno aumento nas demissões e desligamentos, mas os movimentos não foram suficientes para provocar pressão significativa sobre a taxa de desemprego.
Enquanto isso, os mercados financeiros seguem apostando em novos cortes de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões do Fed, previstas para outubro e dezembro.
