Trump impõe tarifas de até 100% sobre medicamentos, móveis e caminhões

Medida começa em 1º de outubro e afeta grandes exportadores como Irlanda, México, Vietnã e China; Suprema Corte vai analisar legalidade do tarifaço.

Foto: Reprodução/Flickr/White House

O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (25), que medicamentos, caminhões pesados, móveis e itens para cozinha e banheiro terão sobretaxas entre 25% e 100% a partir de 1º de outubro. A medida impactará diretamente países que são principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.

De acordo com o presidente estadunidense, a decisão busca defender a indústria nacional e reduzir o que ele chamou de “inundação” de produtos importados. A medida é baseada na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, que permite ao governo impor tarifas sem autorização do Congresso quando identifica ameaça à segurança nacional, argumento que já embasou taxações sobre aço, alumínio, cobre e automóveis.

A tarifa mais pesada, de 100%, será aplicada sobre medicamentos patenteados e produtos farmacêuticos importados. A exceção será para empresas que estejam construindo fábricas nos EUA.

Países europeus são os maiores impactados: a Irlanda, por exemplo, exportou US$ 27,9 bilhões em produtos químicos e farmacêuticos para os EUA nos primeiros sete meses de 2025, alta de 536% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Suíça, sede de empresas como Roche e Novartis, também deve ser afetada, mesmo após anunciar planos de expandir operações em solo americano. Fora da Europa, Austrália, Coréia do Sul e Reino Unido tentam negociar isenções para evitar perdas bilionárias.

Importações de caminhões pesados sofrerão tarifa de 25%. O México, maior fornecedor desses veículos para os EUA, deve sentir o impacto mais forte, já que as vendas ao país triplicaram desde 2019. A medida também atinge empresas da Alemanha (Daimler Truck e Traton, da Volkswagen) e da Suécia (Volvo), que investe em uma nova planta no México com inauguração prevista para 2026.

Canadá, Japão e Finlândia completam a lista dos principais exportadores. A Câmara de Comércio dos EUA criticou a decisão, argumentando que não há risco à segurança nacional.

O pacote inclui tarifa de 50% para armários de cozinha e gabinetes de banheiro, além de 30% para móveis e estofados. Vietnã e China, responsáveis por cerca de 60% das exportações de móveis para os EUA, são os mais afetados e já manifestaram oposição. Países asiáticos, no geral, concentram 86% das exportações de móveis de madeira e 42% dos estofados.

As novas tarifas ocorrem em meio a questionamentos jurídicos. A Suprema Corte dos EUA vai analisar em novembro se Trump extrapolou sua autoridade ao usar a Seção 232 para impor tarifas sem aprovação do Congresso. A decisão pode definir os limites do poder presidencial sobre a política comercial.

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