O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou mais uma vez que a taxa básica de juros deve recuar. Dessa vez, o chefe da pasta também ressaltou que a Selic “nem deveria estar no atual patamar de 15%”, como foi fixado pelo Banco Central.
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“Eu entendo que tem espaço para esse juro cair. Acredito que nem deveria estar em 15%. Ele [Gabriel Galípolo] tem os quatro anos de mandato dele, e ele vai entregar um resultado consistente ao Brasil […]. Eu não voto no Copom. Essa opinião, boa parte do mercado compartilha”, afirmou Haddad, em entrevista ao ICL notícias.
Outra previsão feita por Haddad foi sobre a inflação para este ano, que deve ser “menor ou igual a do ano passado”.
“Está voltando para patamares próximos do teto da banda [4,5% ao ano], importante trazer para dentro da banda. No horizonte permitido pelo sistema de metas”, pontuou.
O Banco Central avaliou, nesta terça-feira (23), que o controle da inflação está sendo possível devido à recente queda do dólar e a desaceleração do crescimento da economia. No entanto, esses fatores também contribuem para a permanência do juro alto por um período de tempo “bastante prolongado”.
Imposto de Renda
Fernando Haddad também falou sobre a possível aprovação do Congresso Nacional para a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil. Segundo ele, a parte mais difícil do projeto é aprovar a compensaçã – que seria a taxação dos super ricos (com renda mensal superior a R$ 50 mil.
“Hoje o cara [mais rico] paga 2%. Sair de 2% para 10% é uma revolução. Abre um caminho para, daqui a pouco, as pessoas falarem para acertar o jogo. Começar a agenda de combate à desigualdade é mais difícil do que seguir com ela. Vamos reduzir a alíquota sobre o consumo”, disse.
“Aqui a gente cobra do pobre no consumo e não cobra do rico no IR. É uma coisa tão distorcida. Se engatarmos no caminho de reduzir sobre o consumo e aumentar sobre a renda, o caminho é esse. Se entrar na estrada certa, ganhamos a viagem. A 20 por hora, a 50 ou a 100, a sociedade vai decidir”, concluiu Haddad.