Casas de show do Centro se tornam resistência cultural e econômica em João Pessoa apostando em modelo dinâmico e acolhimento a artistas locais

Com 14 anos de história, a Vila do Porto se consolida no Centro Histórico de João Pessoa como espaço de acolhimento e visibilidade para artistas independentes.

Na primeira matéria da série “Canta Parahyba” diversos percalços do mercado de música independente paraibana foram apontados, entre eles a falta de oportunidades de shows para esses artistas. Assim como a Taioba busca fazer diferença no mercado fonográfico, a Vila do Porto é uma das portas que se abrem para os talentos locais.

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O Portal WSCOM conversou com Ramon Ruarez, proprietário da casa de shows, para compreender quais são os diferenciais e também as dificuldades de manter um estabelecimento deste segmento no estado.

Desde seu início até agora, a Vila do Porto vêm se adaptando e se transformando num modelo dinâmico tanto como restaurante quanto como casa de shows ao longo de seus 14 anos. Ainda assim, uma de suas missões segue intacta: ser um espaço para divulgar e acolher aqueles que estão no início da carreira.

“Acho que a única coisa que a gente mantém mesmo é essa de dar espaço, aos artistas que tão começando, que tão passando e aos novos produtores. Isso aí sempre foi uma coisa que fez parte e que marca a nossa trajetória”, disse.

A Vila do Porto fica localizada em um ponto de grande fomento da cultura popular em João Pessoa: o Centro Histórico. O bairro cercado por novos e antigos empreendimentos boêmios, semelhante à música paraibana, sobrevive em meio a desafios causados pelo esquecimento local.

Atualmente, o Centro conta com o apoio municipal e estadual para a sua revitalização. O “Viva o Centro”, por exemplo, é uma iniciativa da prefeitura de João Pessoa que isenta o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e reduz a 2% o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para empreendimentos instalados no bairro.

O Governo do Estado, através do ICMS Cultural Ações Continuadas e do Patrimônio Histórico, direcionou R$ 4 milhões para atividades artísticas e culturais do Centro Histórico.

Somada à falta de ocupação do bairro, outra problemática apontada anteriormente também esbarra nas casas de show: a falta de interesse dos locais por seus artistas. Esse desinteresse faz com que a programação seja mais diversificada para não impactar negativamente no faturamento do lugar.

“O desafio é manter uma agenda majoritariamente de artistas autorais. É quase impossível você manter uma casa e se sustentar somente com artista independente. Na nossa agenda, hoje em dia, a gente se mantém bastante com outros tipos de show”, pontuou.

Apesar dessa dificuldade, a Vila do Porto se consolidou como um espaço de grande circulação de artistas paraibanos e pessoenses.

“Eu acho que a Vila do Porto contribuiu para a profissionalização da cena local a partir do momento que ela começou a dar estrutura decente de palco e som técnico, né? Isso está sempre presente”, concluiu.

Bem como a Vila do Porto, outras casas de shows de João Pessoa também oferecem esse tipo de acolhimento e espaço de divulgação para artistas independentes do estado, principalmente no Centro Histórico. Ambientes como a General Store, Caravela Cultural, Bistrô 17 e Loca Como Tu Madre fazem parte desse movimento.

Esse modelo de negócio, embora encontre diversos desafios para manter a sua estabilidade mercadológica, é extremamente necessário para viabilizar o fomento da música autoral paraibana.

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