O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (4), voltando a ficar abaixo de R$ 3,55, em movimento de ajuste após a alta de quase 4% nas duas sessões passadas, e sem a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana caiu 0,87%, vendida a R$ 3,54, após acumular alta de 3,81% nos dois pregões passados. 
Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 2,9%. No ano, porém, a desvalorização frente ao real é de 10,34%.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, queda de 0,16%, a R$ 3,5652.
Às 10h, queda de 0,71%, a R$ 3,5456.
Às 11h, queda de 0,78%, a R$ 3,5431.
Às 12h30, queda de 0,8%, a R$ 3,5427
Às 13h19, queda de 1,14%, a R$ 3,5305
Às 15h, queda de 1%, a R$ 3,5355
Às 15h50, queda de 0,958%, a R$ 3,537
Às 15h50, queda de 0,958%, a R$ 3,537
Às 16h30, queda de 1%, a R$ 3,5353
 

O movimento desta quarta foi contrário ao visto no cenário externo, onde a moeda norte-americana subia frente a outras divisas diante do aumento da aversão ao risco por conta de temores sobre a economia global.

"(O dólar) deu uma puxada um pouco mais forte do que se esperava e está corrigindo… A tendência ainda é de desvalorização", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.

Os operadores têm dito que a tendência do dólar é de queda sobre o real por conta do cenário político, diante do iminente afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff na próxima semana, pelo Senado. Se concretizado, o vice Michel Temer assume o comando do país, e já sinalizou que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, nome que agrada o mercado, será seu ministro da Fazenda.

No exterior, no entanto, prevalecia o tom de cautela, com receios sobre o crescimento global na esteira de dados recentes na China e na Europa. Desta forma, o dólar ganhava força em relação a uma cesta de moedas, assim como a moedas de países emergentes como México.

Pesquisa Reuters mostrou que o dólar deve ficar abaixo de R$ 4 e não deve voltar a bater recordes contra moedas de países emergentes neste ano, inclusive no Brasil, após a forte queda dos primeiros meses de 2016 em meio a dúvidas sobre o aumento dos juros nos Estados Unidos.

Atuação do Banco Central

Após as recentes valorizações, que levou o dólar a fechar no patamar de R$ 3,57 na véspera, o BC não realizou nesta quarta leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólar. A percepção de muitos operadores, ainda de acordo com a Reuters, é que o BC não quer o dólar abaixo de R$ 3,50 não prejudicar as exportações brasileiras e estaria confortávelcom o atual nível.

O Banco Central informou nesta quarta que registrou lucro de R$ 49,98 bilhões com as operações de intervenção no câmbio, conhecidas como contratos de "swaps", nos quatro primeiros meses deste ano.

Somente em abril, o lucro do BC com estas operações somou R$ 12,33 bilhões. Esse foi o terceiro mês seguido no qual a instituição registra lucro com essas operações no mercado futuro.