Lula critica golpe contra Dilma e defende protagonismo feminino

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (29), em Brasília, que o impeachment de Dilma Rousseff representou não apenas a derrubada da primeira mulher eleita para governar o Brasil, mas também uma tentativa de silenciar milhões de brasileiras. A declaração foi feita durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que marca a retomada do evento após dez anos de interrupção.

Democracia e participação popular

Lula destacou que as conferências têm papel fundamental na consolidação da democracia, ao permitir que a sociedade participe da formulação de políticas públicas. “As conferências significam a primeira demonstração de que democracia não é apenas votar. Além de votar, o povo precisa fiscalizar, propor e ajudar a fazer”, disse o presidente.

Ele também relembrou o período em que atuava como sindicalista no ABC paulista, nos anos 1970, ressaltando que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda persiste. “Dentro das fábricas, as mulheres ganhavam metade do que ganhava o homem exercendo a mesma função. A briga não é nova. É antiga”, afirmou.

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Homenagens pessoais

O presidente fez questão de citar a importância das mulheres em sua trajetória pessoal, como sua mãe, dona Lindu, além de suas companheiras Lourdes, Marisa Letícia e Rosângela da Silva, a primeira-dama Janja. Em tom descontraído, Lula declarou: “Obrigado, Janjinha, por você ter nascido e ter conhecido essa pérola de homem que você encontrou para casar. É a mulher mais bem casada do planeta Terra”.

Retrocessos e reconstrução

Na avaliação do presidente, a última década foi marcada por retrocessos nas conquistas femininas, com o desmonte de políticas de proteção e a intensificação de discursos de ódio. “Foi também a tentativa de calar milhões de vozes femininas, porque o autoritarismo não apenas odeia, mas teme as mulheres”, disse Lula.

Ele ressaltou medidas recentes adotadas pelo governo federal, como a recriação do Ministério das Mulheres, a aprovação da lei da igualdade salarial, programas de combate ao feminicídio e o projeto de dignidade menstrual, que garante absorventes gratuitos para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Desafios e futuro

Apesar dos avanços, Lula reconheceu que a desigualdade de gênero continua a afetar de forma mais severa mulheres negras, indígenas, do campo e mães solo. Ele defendeu políticas públicas amplas e inclusivas para enfrentar essas barreiras.

Encerrando sua fala, o presidente citou uma frase frequentemente usada pela primeira-dama Janja: “O futuro da humanidade é feminino. Portanto, se preparem. Mais dia, menos dia, vocês vão estar governando este planeta.”

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