Comam Brioches - Por Fernando Perrone

Alguns amigos apontaram o pessimismo da afirmação feita no artigo “Qualquer coisa”, do dia 12 passado e que vai aqui reproduzido. “Os três poderes da República: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário vêm contribuindo,
dentro das suas competências, para o descrédito de cada um deles e, finalmente, no descrédito da própria democracia.”

O artigo tratou do Judiciário, com foco, principalmente, na instabilidade da jurisprudência do STF, decorrente das seguidas mudanças de entendimento da Corte sobre temas idênticos, em curto prazo. A consequência apontada foi a falta de confiança na isenção daquele poder – e, portanto, da sua credibilidade – cada vez mais
percebido como sujeito a decisões políticas e a fidelidades partidárias.

Agora vem o Legislativo a produzir absurdos em série. Pelo que faz e pelo que não faz. Com o freio nos dentes, porque não precisa do distinto eleitor para quase tudo, pois tem à sua disposição polpudos fundos partidários,
exuberantes recursos para o financiamento das campanhas eleitorais e abundante orçamento para as emendas parlamentares, ainda acha pouco. Pretende transformar seus membros, deputados e senadores, em seres inimputáveis.

A PEC da blindagem é o paroxismo do corporativismo. É criar uma casta superior de brasileiros intocáveis.
Na mesma toada, nomeiam o deputado autoexilado, Eduardo Bolsonaro, líder da minoria. Aparentam não ter a menor importância serem liderados por quem age contra os interesses nacionais, a mendigar apoio de potência estrangeira para interferir na nossa soberania, punindo e chantageando autoridades e atentando contra a economia nacional, causando desemprego e prejuízos às empresas.

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A anistia a Bolsonaro, aos demais condenados e aos réus da tentativa de golpe; a quem já cometeu algum crime ou ainda vai cometer, “o liberal geral”, consome o tempo e sidera o jogo político. A relação com o Executivo é na base consagrada do “é dando que se recebe” e da chantagem, pura e simples. As questões de verdadeiro interesse do País dormitam esquecidas.

A legislação – Projeto de Lei anti máfia e PEC da segurança – necessária para o enfrentamento do crime, cada vez mais organizado e já infiltrado na economia formal e na política, não são sequer discutidos. O projeto da isenção do Imposto de Renda, o da isenção das contas de luz, que afetam a milhões de pessoas ficam ao Deus dará.

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