China critica sanções dos EUA a Moraes e condena interferência estrangeira

Embaixador Qiu Xiaoqi enfatizou a defesa do diálogo multilateral

Bandeiras China e Brasil

BRASIL 247 – O embaixador Qiu Xiaoqi, representante especial da China para assuntos da América Latina e Caribe, condenou, nesta terça-feira (9), as sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em coletiva de imprensa, o diplomata classificou as medidas como exemplo de unilateralismo e reforçou a posição de Pequim contra interferências em assuntos internos de outros países.

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Qiu ressaltou que a parceria entre China e Brasil segue como estratégica no contexto do Sul Global e destacou a importância de manter o diálogo multilateral. “Como dois importantes parceiros do Sul Global, China e Brasil mantêm discussões e negociações em muitos assuntos internacionais. Devemos continuar a seguir os princípios e objetivos da Carta da ONU e estabelecer um sistema mais justo e democrático”, disse.

“Somos contrários ao unilateralismo e promovemos o multilateralismo. Rejeitamos a hegemonia e a interferência nos assuntos internos por parte de qualquer outro país. Temos defendido a paz na comunidade internacional”, enfatizou.

No final de julho, o governo de Donald Trump anunciou a imposição de sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. O dispositivo da legislação norte-americana autoriza a aplicação de sanções econômicas a pessoas acusadas de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Os atingidos pela lei podem ter bens bloqueados em território americano, contas bancárias congeladas e restrições de entrada nos EUA.

Moraes, assim como familiares e “aliados” do magistrado, já estava com o visto revogado desde o dia 18 do mesmo mês. Além do ministro do STF, brasileiros ligados ao programa Mais Médicos também tiveram vistos suspensos.

Tarifas comerciais

Ainda em julho, Trump anunciou a elevação para 50% da tarifa sobre importações brasileiras, em um gesto interpretado como tentativa de interferência dos EUA no Brasil.

Em carta encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a taxação, o republicano criticou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta julgamento na Primeira Turma do STF sob acusação de participação em uma tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, o governo dos EUA chegou a afirmar que havia uma “caça às bruxas” contra o ex-mandatário.

Trump também justificou a nova tarifa alegando uma relação comercial ‘injusta’ com o Brasil e citando, ainda, as decisões do STF que determinaram às redes sociais a suspensão de contas de investigados por crimes como ameaça e apologia a golpe de Estado.

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