Meus vínculos com o Nordeste e a Paraíba
Por Fernado Perroni, ex-diretor do BNDES e do PARAIBAN.
A seguir, segue resumo dos meus vínculos profissionais e afetivos com o Nordeste e, especialmente, com a Paraíba.
Assumi a chefia da Representação do BNDES, no Nordeste, com sede no Recife, em 1978.
Aquela unidade era a responsável pelos contatos com os nove estados integrantes da SUDENE e pelo relacionamento com os bancos repassadores de recursos provenientes do programa de operações conjuntas do BNDES.
A Representação também apoiou as equipes técnicas dos governos estaduais, na elaboração dos seus planos de governo.
Adicionalmente, era minha atribuição representar o BNDES no Conselho Deliberativo da Sudene, do qual também participavam os governadores dos nove estados.
Por essa razão, lá convivi com os governadores Ivan Bichara, Dorgival Terceiro Neto e Tarcísio Burity na discussão de assuntos de interesse da
região.
Essa experiência me possibilitou conhecer as potencialidades regionais, seus principais desafios para desenvolver-se e estabelecer relações próximas com as lideranças políticas e administrativas locais.
Como consequência, tive o honroso convite, formulado pelo governador Burity, para presidir o Banco do Estado da Paraíba, o Paraiban.
O trabalho no Banco me permitiu um mergulho profundo nas questões estaduais. Tínhamos uma rede de agências bastante diversificada,
estando presentes em todos os principais municípios, além de agências em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Natal.
O Banco tinha a conta única do Estado, tinha como correntistas todos os funcionários públicos estaduais e vários municipais, pagava a todos os beneficiários do Funrural, apoiava a indústria, a agricultura, a pecuária, o comércio e os serviços. Repassava recursos do Banco Nacional da Habitação para os programas de saneamento básico e para habitação. Repassava recursos do BNDES para as empresas de modo geral e aplicava recursos próprios em prol do desenvolvimento do
Estado. Não seria exagero dizer que o Paraiban era onipresente na Paraíba.
Minha família e eu criamos forte vínculo afetivo com o Estado, fizemos muitas amizades que mantemos até hoje. Minha mulher foi professora na UFPB, meus filhos fizeram aqui a pré-escola.
Daqui voltei para o Rio de Janeiro, onde mais tarde acumulei as diretorias de infraestrutura e de administração do BNDES. Nessa posição, dirigi recursos expressivos para o apoio de projetos regionais, como por exemplo, sistemas metropolitanos de transporte urbano, estradas, ferrovias, energia elétrica, petróleo e gás etc.
Do BNDES saí para a presidência da Infraero. Lá tive a oportunidade de trabalhar na reforma e ampliação de quase todos os aeroportos da região nordeste.
Além da memória afetiva que tenho da região e principalmente da Paraíba, tenho a honra e o orgulho de ter sido agraciado com os títulos de cidadão de João Pessoa, da Paraíba, de Salvador e de ter recebido a principal comenda do Estado de Pernambuco.