Justiça revoga prisão e impõe medidas cautelares a PMs investigados por chacina no Conde

MP recomendou soltura mediante tornozeleira eletrônica, afastamento das funções e restrições de contato com familiares das vítimas

Fachada do Ministério Público da Paraíba (MPPB)

A Justiça da Paraíba revogou nesta terça-feira (9) a prisão temporária de cinco policiais militares investigados pela morte de cinco jovens no município de Conde, em 15 de fevereiro deste ano. A decisão atendeu a pedido do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que argumentou que as investigações são complexas e demandam mais tempo do que o previsto pela prisão temporária.

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Os policiais soltos são: Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel, Edvaldo Monteval Alves Marques, Wellyson Luiz de Paula, Marcos Alberto de Sá Monteiro e Kobosque Imperiano Pontes. Eles deverão cumprir medidas cautelares, entre elas: uso de tornozeleira eletrônica, afastamento imediato do serviço operacional, proibição de contato com familiares das vítimas, restrição de acesso a áreas próximas às residências das famílias, recolhimento domiciliar noturno (das 20h às 5h) e comparecimento mensal em juízo.

Em relação ao sexto investigado, tenente Álex William de Lira Oliveira, que está nos Estados Unidos, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva, já que ele não se apresentou às autoridades brasileiras. “A fuga do distrito da culpa é um dos fundamentos autorizadores da prisão preventiva”, registrou a decisão judicial.

Relembre a operação

A ação que prendeu os cinco policiais foi realizada em 18 de agosto, a partir de mandados expedidos pela Vara Única do Conde. Eles foram detidos sob suspeita de participação em uma chacina que resultou na morte de cinco jovens na Ponte do Arco, entre João Pessoa e Conde.

As vítimas foram identificadas como Fábio Pereira da Silva Filho (26), Emerson Almeida de Oliveira (25), Alexandre Bernardo de Brito (17), Cristiano Lucas (17) e Gabriel Cassiano de Sousa (17) — este último, filho de Ana Gabriela, vítima de feminicídio horas antes. Segundo a Polícia Militar, os jovens planejavam vingar a morte da mulher quando foram interceptados.

Um laudo pericial apontou que os veículos em que estavam foram atingidos por mais de 90 disparos, todos de fora para dentro. Testemunhas também relataram suposta alteração da cena do crime, recolhimento de cápsulas e até execução de jovens rendidos.

Divergência de versões

A versão oficial da PM é de que houve troca de tiros após ordem de parada não obedecida. Já familiares das vítimas contestam, afirmando que os jovens não estavam armados ou não resistiram à abordagem.

O caso segue em investigação, com a participação da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Núcleo de Gestão do Conhecimento (NGC), sob supervisão do MPPB.

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