Defesa diz que Policiais Militares investigados por mortes no Conde não aceitam tornozeleira: “Se sentem humilhados”

Cinco policiais militares, suspeitos de envolvimento na morte de cinco jovens no Conde, recusaram o uso da tornozeleira eletrônica, uma das condições impostas pela Justiça para que eles pudessem responder ao processo em liberdade. A informação foi confirmada pela defesa dos policiais à CBN.

Segundo o advogado, os acusados “se sentem humilhados” e, por isso, não aceitam a medida. Eles foram presos em 18 de agosto e, na última terça-feira (9), a Justiça concedeu a soltura com a imposição de uma série de medidas cautelares, entre elas:

  • Uso de tornozeleira eletrônica: O monitoramento é obrigatório e, segundo a decisão judicial, visa garantir que os investigados não se aproximem das áreas onde vivem as vítimas.
  • Afastamento do serviço operacional: Os policiais foram proibidos de atuar em funções de patrulhamento e contato direto com o público.
  • Proibição de contato: Eles não podem se comunicar com as famílias das vítimas, testemunhas ou outros envolvidos no caso.
  • Recolhimento noturno: Os policiais devem permanecer em casa das 20h às 5h, além de cumprirem recolhimento domiciliar nos dias de folga.
  • Proibição de ausência da comarca: Eles estão impedidos de se ausentarem da cidade onde residem por mais de 10 dias sem autorização judicial.

A prisão temporária de um sexto policial, que estava nos Estados Unidos, foi convertida em prisão preventiva. Ele não se apresentou à Justiça para colaborar com as investigações e teve o mandado de prisão mantido.

As investigações do crime indicam indícios de homicídio por parte dos policiais. A defesa dos acusados, no entanto, alega que as vítimas faziam parte de um grupo criminoso e que os policiais agiram em legítima defesa.

Os policiais presos são:

  • Soldado Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel
  • Sargento Marcos Alberto de Sá Monteiro
  • Sargento Wellyson Luiz de Paula
  • Sargento Kobosque Imperiano Pontes
  • Cabo Edvaldo Monteval Alves Marques

O tenente Álex William de Lira Oliveira teve a prisão preventiva decretada após não se apresentar para as investigações.

O caso

A ação policial que prendeu os suspeitos em 18 de agosto está ligada a um caso que ocorreu em 15 de fevereiro de 2025, na cidade do Conde. Naquela noite, cinco jovens entre 17 e 26 anos foram mortos em uma abordagem da Polícia Militar.

Segundo a versão da PM, os cinco jovens, incluindo o filho de uma mulher assassinada, estavam em um carro a caminho de um ataque para vingar um feminicídio. A vítima, Ana Gabriela, foi morta pelo marido de uma amiga por ter incentivado a amiga a se separar dele.

A polícia afirma que o carro dos jovens foi interceptado e, durante a abordagem, atingido por diversos disparos na Ponte do Arco. Todos os ocupantes morreram. As vítimas foram identificadas como:

  • Fábio Pereira da Silva Filho, de 26 anos
  • Emerson Almeida de Oliveira, de 25 anos
  • Alexandre Bernardo de Brito, de 17 anos
  • Cristiano Lucas, de 17 anos
  • Gabriel Cassiano de Sousa, de 17 anos (filho de Ana Gabriela)

 

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso