Nem sempre as manifestações populares surgem a partir de uma motivação de viés ideológico. Na maioria das vezes, elas se constroem em torno de um sentimento coletivo de que há necessidade urgente de empreender lutas definidas por pautas abraçadas por múltiplas propostas e concepções sobre política, sociedade e governo.
Para uns, protestar nas ruas é sinônimo de bagunça, balbúrdia, confusão. Para outros, é a forma pacífica de manifestar insatisfação diante de situações que afetam o bem-estar social, empunhando bandeiras como liberdade, cidadania, democracia e soberania nacional. É o momento em que o povo toma consciência de que tem força para combater a impunidade, as tramas golpistas, o entreguismo, o crime organizado e os maus políticos.
O grito das ruas amedronta aqueles que trabalham unicamente em favor de interesses próprios, esquecendo-se das demandas sociais. Nesses momentos, torna-se necessário rejeitar propostas como a anistia para golpistas e a chamada “PEC da Blindagem”, compreendidas como fortes ameaças aos pilares democráticos. É imprescindível responsabilizar penalmente quem atentou contra o Estado Democrático de Direito.
O povo nas ruas pode mudar o curso da História. Cada voz erguida em defesa da democracia e da soberania nacional é um eco de coragem para que a luta se torne vitoriosa, na construção de uma sociedade livre e justa. É urgente ultrapassar essa quadra da nossa história republicana, reafirmando uma agenda que verdadeiramente interesse ao povo brasileiro e exigindo que lideranças políticas reacionárias passem a olhar para as reais necessidades da população.
Em tempos recentes, temos visto iniciativas voltadas a garantir a impunidade de parlamentares no cometimento de crimes, sejam eles quais forem, bem como anistiar aqueles que arquitetaram a tomada do Estado. É fundamental afirmar: a palavra “anistia” não pode estar associada à impunidade.
Não podemos permanecer inertes diante das pressões externas que colocam em risco o direito de determinarmos nosso próprio destino. Um país soberano não abre mão de sua independência política nem da autonomia para decidir sobre seu território, sua população e sua política externa, sem interferências de nações estrangeiras.
O movimento popular que se realizará em todo o país constitui uma oportunidade estratégica para a política nacional. A força coletiva da sociedade demonstrará sua capacidade de derrotar os inimigos da pátria. Eu estarei presente amanhã, no Busto de Tamandaré, em Tambaú, nesse ato de desafio político e enfrentamento à extrema direita, em defesa da justiça e da soberania nacional.
Como diz o nosso Hino Nacional: “Verás que um filho teu não foge à luta”.