É um projeto globalizado da extrema direita. No Brasil tem se intensificado desde a eleição do presidente da República em 2018. Objetiva fazer com que o eleitor se transforme em integrante de torcida organizada, fugindo do debate sério dos verdadeiros temas de interesse da sociedade. Promovendo a alienação para que a elite continue usufruindo de privilégios e conquistando vantagens em detrimento dos que estão nas bases da pirâmide social. Tentando, a qualquer custo, convencer de que a política é impura e assim fazer desacreditar a democracia.
Os discursos de lideranças que se apresentam como messiânicas são proclamados no radicalismo, destilando o veneno da intolerância. Ao invés da discussão de ideias, planos de governos e projetos que atendam os graves problemas que nos atingem, preferem produzir manifestações agressivas considerando adversários como inimigos políticos, impondo a exclusão da voz dos oponentes. Em delírios fundamentalistas pregam o falso moralismo para conquistar a adesão dos incautos. Os sítios virtuais da internet são transformados em espaços para a difusão de pautas conservadoras, retrógradas e reacionárias, com o intuito de cercear o pleno acesso à cidadania para a maioria da população.
O negacionismo histórico é um eixo do projeto de poder da extrema direita. Um povo sem memória fica impossibilitado de reparar seus erros do passado. Mas é exatamente isso que pretendem. Os vocacionados para o autoritarismo costumam usar a lógica do esquecimento para o retorno das estruturas de violência e opressão. Nos últimos seis anos a extrema direita saiu do armário no Brasil, empunhando, sem qualquer acanhamento, as bandeiras do fascismo. Defendem atos golpistas e reverenciam a memória de torturadores como se fosse a coisa mais natural do mundo. O Congresso nacional está cheio desses tresloucados agentes políticos.
Recusam qualquer agenda de direitos. Fazem das casas legislativas e palanques eleitorais palcos para a hipervalorização de lideranças políticas em desfavor do fortalecimento das instituições democráticas. O culto ao personalismo contribui para que se estimule o processo degenerativo da democracia brasileira. Desprovidos de inteligência e formação cultural, empobrecem a vida política nacional, protagonizando espetáculos deprimentes e bizarros.
Resta-nos a esperança de que essa doença da irresponsabilidade política não tenha contaminado tanta gente que possa ameaçar efetivamente a nossa democracia. Não é normal o que está acontecendo com a visão política de muitos brasileiros.