BRASIL 247 – A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada pelo g1 nesta quarta-feira (17), indica que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manteve estável em setembro. Segundo o levantamento, 46% dos entrevistados aprovam a gestão, enquanto 51% a desaprovam. O índice repete os números registrados em agosto, com 3% que não souberam ou não responderam.
Os dados revelam que a diferença entre aprovação e desaprovação permanece a menor desde janeiro de 2025, quando houve empate técnico (49% contra 47%). O ponto mais crítico para o governo ocorreu em maio, quando 17 pontos separavam a avaliação negativa (57%) da positiva (40%). A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 12 e 14 de setembro, tem margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de nível de confiança.
Desempenho por região e gênero
Regionalmente, o Nordeste segue sendo o maior reduto de apoio ao governo, com 60% de aprovação, seguido por Centro-Oeste/Norte (45%), Sudeste (41%) e Sul (39%). Já a desaprovação é mais alta no Sul (60%), Sudeste (55%) e Centro-Oeste/Norte (52%).
Entre as mulheres, o resultado mostra empate técnico, com 48% de aprovação e 48% de desaprovação. Já entre os homens, a rejeição subiu um ponto e alcançou 54%, enquanto a aprovação permaneceu em 44%.
Faixa etária e escolaridade
O levantamento identificou variações discretas entre diferentes idades. Entre os maiores de 60 anos, há empate técnico (53% aprovam e 45% desaprovam). No grupo de 35 a 59 anos, 51% desaprovam e 46% aprovam, também dentro da margem de erro. Já entre os jovens de 16 a 34 anos, 53% desaprovam e 43% aprovam, diferença que já foi de 31 pontos em março e agora está em 10.
No recorte por escolaridade, a desaprovação recua entre aqueles com ensino médio (55%, ante 57% em julho), enquanto a aprovação chega a 42%. Entre os com ensino fundamental, 56% aprovam e 41% desaprovam. Já no grupo com ensino superior completo, a rejeição permanece mais elevada (56%), contra 41% de aprovação.
Renda e religião
A renda familiar também influencia a percepção sobre o governo. Entre quem recebe até dois salários mínimos, 54% aprovam e 41% desaprovam a gestão. Na faixa de 2 a 5 salários mínimos, há empate técnico (52% contra 46%). Já entre os que recebem acima de cinco salários mínimos, a desaprovação é ampla (60%), e a aprovação chega a 37%.
Entre os católicos, a aprovação caiu de 54% em agosto para 51%, ficando em empate técnico com a desaprovação (46%). Já entre os evangélicos, 61% desaprovam e 35% aprovam — ainda que a diferença tenha diminuído para 26 pontos, a menor do ano.
Bolsa Família e eleitorado de 2022
A gestão Lula atinge seu melhor desempenho entre beneficiários do Bolsa Família, com 64% de aprovação, frente a 32% de desaprovação. Em julho, esse grupo havia registrado empate técnico. Já entre não beneficiários, 55% desaprovam o governo e 42% aprovam.
O levantamento também reforça a polarização herdada das urnas de 2022. Entre eleitores de Lula no segundo turno, 79% aprovam sua administração. Entre apoiadores de Jair Bolsonaro, 92% desaprovam o governo, enquanto apenas 7% manifestam aprovação.
Avaliação geral e percepção sobre Bolsonaro
Na avaliação global, 38% dos entrevistados consideram o governo negativo, 31% positivo e 28% regular. Outros 3% não souberam ou não responderam.
O instituto também mediu a percepção sobre a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por participação na trama golpista de 2022. Para 49% dos entrevistados, a pena foi exagerada, enquanto 35% a consideram adequada. Outros 12% acreditam que a punição foi branda, e 4% não souberam responder.
Debate sobre anistia
A pesquisa ainda avaliou a opinião dos brasileiros sobre uma possível anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo os dados, 36% são favoráveis a que todos sejam beneficiados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Outros 10% apoiam anistia apenas aos participantes dos atos, e a maioria restante se posiciona contra qualquer tipo de perdão.