Um adolescente de 15 anos, identificado como Narciso de Oliveira Neto, morreu após ser baleado durante uma ação da Polícia Militar no bairro Renascer, em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, na madrugada deste sábado (13). De acordo com a PM, o jovem foi atingido no tórax e socorrido por uma guarnição da Força Tática para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a corporação, a operação foi deflagrada após levantamentos da Coordenadoria de Inteligência da PM apontarem movimentações criminosas na área. Uma equipe da 6ª Companhia Independente teria sido surpreendida por cerca de oito suspeitos armados, que dispararam contra a viatura. Os policiais afirmam que revidaram e apreenderam duas armas de fogo, uma delas com o adolescente. O major Fábio, subcomandante da unidade, destacou a preocupação com a participação de menores em atividades criminosas e assegurou que as operações no bairro continuarão para coibir confrontos e garantir segurança.
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A versão, no entanto, foi contestada por familiares. A mãe do adolescente disse à TV Correio que não houve troca de tiros e que o filho foi alvejado sem chance de defesa. “Dizem que passou a primeira viatura, passou a segunda e parou. Quando parou, Netinho tava saindo andando. E aí ele não contou conversa e já foi atirando no meu filho”, declarou. Segundo ela, áudios feitos por moradores registram apenas um disparo e pedidos da população para que a ação não acontecesse. O tio do jovem também reforçou a acusação, afirmando que o sobrinho correu ao ver os policiais por já ter sido abordado outras vezes. “Foi uma execução que fizeram com o meu sobrinho”, disse.
O caso será investigado pela Polícia Civil, que deve analisar imagens de câmeras de monitoramento da região e ouvir testemunhas para esclarecer as circunstâncias da morte. A repercussão do episódio provocou, na tarde deste sábado, um protesto que bloqueou os dois sentidos da BR-230, no km 12, no acesso ao bairro Renascer. Manifestantes atearam fogo em pneus e interromperam o tráfego em ambos os sentidos da rodovia, exigindo a presença da imprensa para liberar a via. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar foram mobilizadas para negociar a desobstrução e orientar motoristas.