Nesta terça-feira (9), a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promove uma audiência pública para debater os riscos do uso de cigarros eletrônicos. A reunião está marcada para as 10h, no plenário 7, e terá formato interativo, permitindo a participação do público com perguntas aos convidados.
O pedido para realização do debate foi feito pelos deputados Paulo Folletto (PSB-ES), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Dr. Frederico (PRD-MG), Flávia Morais (PDT-GO) e Marussa Boldrin (MDB-GO).
No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos estão proibidas desde 2009. Em 2024, as restrições foram ampliadas, incluindo a vedação ao armazenamento, transporte e uso em ambientes fechados, sejam públicos ou privados.
A deputada Jandira Feghali, que também é médica, alerta que esses dispositivos podem elevar o número de pessoas dependentes de nicotina. Ela citou dados da Associação Médica Brasileira, segundo os quais um único vape pode equivaler a um maço de 20 cigarros.
Para a parlamentar, os prejuízos são graves e “lamentavelmente, mesmo diante da proibição, esses produtos continuam sendo vendidos e consumidos no país”.
O deputado Paulo Folletto lembrou que o Brasil é referência mundial em políticas de combate ao tabagismo, mas afirmou que a indústria do setor tem atuado no Congresso para liberar a venda dos cigarros eletrônicos.
Ele observou ainda que o marketing agressivo dessas empresas apresenta os dispositivos como alternativa de risco reduzido, o que pode levar o consumidor a interpretações equivocadas. Folletto destacou que há pesquisas apontando que os vapes podem ser até mais viciantes e potentes do que os cigarros tradicionais.
