Estar conectado o tempo todo não significa estar bem informado. A hiperconexão cobra seu preço: vivemos anestesiados por notificações, presos em bolhas que reforçam apenas o que queremos ouvir. O excesso de informação não esclarece, ele confunde e quem domina os algoritmos, domina também a forma como enxergamos a realidade.
O Brasil não está apenas dividido, está algoritimizado. As redes sociais não entregam a realidade, mas sim versões editadas dela, moldadas por interesses, bolhas e narrativas que alimentam a polarização. Cada feed é um espelho distorcido, programado para reforçar certezas e eliminar dúvidas. Resultado: um país que já não debate ideias, mas defende algoritmos travestidos de verdade.
Na sociedade hiperconectada, compreender os mecanismos que alimentam a desinformação é essencial. Não se trata apenas de política ou comunicação: é uma questão de sobrevivência democrática.
Se não aprendermos a questionar o que consumimos no digital, seremos governados não por líderes, mas por códigos invisíveis. O maior risco não é a polarização em si, mas a nossa incapacidade de perceber que já não escolhemos o que vemos, apenas reagimos ao que nos mostram.