Caso Hytalo Santos: prisão completa um mês e investigação fica a cargo exclusivo do Gaeco-PB

Influenciador paraibano e marido permanecem no Presídio do Roger enquanto defesa insiste em pedidos de liberdade

Hytalo Santos e grupo de adolescentes

O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, completaram nesta segunda-feira (15) um mês presos preventivamente. O casal foi detido em São Paulo por tráfico de pessoas e exploração de crianças e adolescentes e, desde o fim de agosto, o caso passou a ser investigado exclusivamente pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da Paraíba (Gaeco-PB).

De acordo com o promotor Dennys Carneiro, responsável pelo procedimento, a investigação corre em segredo de Justiça e, por isso, detalhes não podem ser revelados. Ele explicou que o prazo para oferecimento de denúncia ainda está em aberto, já que as prisões ocorreram em caráter preventivo e “os prazos para a denúncia não são imutáveis”. Antes da transferência para o Gaeco, o caso também era acompanhado pelas promotorias de Bayeux e João Pessoa, sob responsabilidade dos promotores Ana Maria França e João Arlindo. Agora, cabe exclusivamente ao Gaeco reunir as provas para subsidiar as decisões judiciais.

A Polícia Civil da Paraíba não conduz investigação direta sobre o casal, mas presta apoio técnico. Segundo o delegado Carlos Othon, o setor de Inteligência da corporação está auxiliando na extração de dados de oito equipamentos eletrônicos apreendidos. A polícia também participou da transferência de Hytalo e Euro para a Paraíba, realizada em 28 de agosto.

A defesa dos acusados, representada pelo advogado Felipe Cassimiro, afirmou que “muitos pedidos” de liberdade já foram protocolados e aguardam análise judicial. Ele reforçou a inocência do casal e disse acreditar que a prisão “se encerre nos próximos dias”. Desde a chegada ao Presídio do Roger, em João Pessoa, Hytalo e Euro ainda não haviam recebido visitas de familiares. O diretor da unidade, Edmilson Alves, explicou que ambos estavam em período de reconhecimento na ala LGBTQIA+ e, por isso, só puderam receber visitas íntimas no último fim de semana. A partir do domingo (14), os familiares passaram a ter autorização oficial para visitá-los. Até então, apenas os advogados haviam tido acesso direto aos dois, enquanto parentes se limitavam a entregar alimentos suplementares.

O caso ganhou repercussão a partir de 6 de agosto, quando o youtuber Felca denunciou publicamente as práticas de Hytalo, que teve sua conta no Instagram derrubada logo em seguida. No dia 13 de agosto, a promotoria de João Pessoa cumpriu mandado de busca e apreensão no condomínio de luxo onde o influenciador morava, no bairro Portal do Sol, e, no dia seguinte, novas buscas foram autorizadas em endereços ligados a ele pela promotoria de Bayeux. Nesse período, a Justiça determinou ainda o bloqueio das redes sociais, a proibição de contato com as supostas vítimas e a desmonetização de conteúdos.

No dia 15 de agosto, Hytalo Santos e Israel Vicente foram presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo, após decisão da Justiça que decretou a prisão preventiva do casal. No dia seguinte, o Tribunal de Justiça da Paraíba negou o pedido de liberdade. Pouco depois, a Justiça do Trabalho da Paraíba bloqueou carros, bens e valores de até R$ 20 milhões em nome do influenciador. No dia 28 de agosto, os dois foram transferidos para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa, onde seguem detidos.

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