PF indicia Jair e Eduardo Bolsonaro por coação; Silas Malafaia é alvo de busca e apreensão

A Polícia Federal concluiu nesta quarta-feira (20) mais uma etapa das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O relatório, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que pai e filho atuaram para coagir autoridades e tentar atrapalhar a tramitação do processo.

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Segundo os investigadores, foram encontrados indícios de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. A PF destaca que as ações tinham como alvo direto “instituições democráticas brasileiras, notadamente o Supremo Tribunal Federal e, até mesmo, o Congresso Nacional Brasileiro”.

O documento detalha que Jair Bolsonaro utilizava celulares para “intensa produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em afronta à medida cautelar anteriormente imposta”. Parte do material foi obtida a partir de conversas e áudios extraídos de aparelhos apreendidos, que continham registros de diálogos com o pastor Silas Malafaia e com Eduardo Bolsonaro.

Embora não tenha sido indiciado, Malafaia foi alvo de mandados de busca e apreensão. Ele desembarcou no Brasil nesta quarta-feira (20), vindo de Lisboa, e foi levado diretamente ao depoimento na sede da Polícia Federal. De acordo com os investigadores, mensagens mostram que o pastor sugeria conteúdos a serem publicados pelo ex-presidente. Um dos trechos citados pela PF registra Malafaia escrevendo:

“ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h”

“Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”

No caso de Eduardo Bolsonaro, a investigação relata que o parlamentar licenciado passou a publicar postagens em inglês para atingir a opinião pública internacional, sobretudo nos Estados Unidos, onde atua em articulação política. A PF afirma que essas ações tinham como objetivo “embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras”.

Pedido de asilo na Argentina

O relatório também traz revelações sobre planos de Jair Bolsonaro para deixar o país. Foi encontrado no celular do ex-presidente um rascunho de pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O texto, sem assinatura ou data, dizia:

“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares.”

Atualmente, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, justamente devido a tentativas de interferir no processo. Ele também é réu em outra ação, a que trata diretamente da tentativa de golpe de Estado, cujo julgamento no STF está marcado para 2 de setembro.

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