O mecanismo adotado pelo governador Cássio Cunha Lima de anteontem para cá visando resolver de vez a pendência do pagamento de Novembro e 13º dos servidores estaduais com problemas no Cadastro ( Serasa, Cadin, etc) foi o que, no popular, se configuraria como o famoso pulo do gato, isto é, levando-o a resolver sério problema em curto espaço tempo.
Na verdade, a alquimia foi construída no próprio cenário econômico-financeiro existente em nossa realidade, a partir de uma série de rodadas com o Banco do Brasil repassando para o Governo o ônus das operações que garantam a partir de hoje o repasse dos Vencimentos nas contas dos funcionários sem precisar do Cadastro.
Com todo o respeito à autoridade – alvo do problema, lá na Torre certamente que Tião Barbeiro vendo a agonia do governador numa questão dessas diria que estava ele com quengo esquentado de tanto moído na busca da solução.
A logística encontrada não traduz nada de sobre-humano, que não é, entretanto fossiliza uma tática amadurecida no trato das contas de pagamento funcional pelo governador fazendo-o mais do que estar-se perturbado com a questão, agora acumulando mais domínio real no trato de focos da administração pública.
Aliás, o modelo de empréstimo os técnicos preferem o nome de consignação acabou se transformando em instrumento regulado por Medida Provisória para pagar o funcionalismo de uma vez só, mas que, na realidade, para o Governo se dará parceladamente diante da sua responsabilidade de quitar em 12 meses um alto volume de recursos que não teria em Caixa hoje de outra forma.
De certo que isso não vai eliminar nunca a voz de questionamento, ali ou acolá, de setores do funcionalismo, mas abstraindo o tempero da paixão político-partidária, a solução da gestão Cássio incide em 2004 no mesmo dispositivo do ano passado visando resolver idêntico problema, agora com o aval de ter honrado a condição anterior.
Parece lembrar bem aquela velha história: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
