Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O domingo além da política


12/05/2007

Foto: autor desconhecido.

Para Pablo, Vinicius, Fernanda Júlia e George

Desde quando jovem nos bairros da Torre e Castelo Branco, verdadeiras ‘universidades’ da vida, sempre carreguei comigo ensinamentos filosóficos de Maria Julia ( minha mãe, in memorian), costumeiramente fundamentais ainda hoje a refletir no meu tutano e conduta.

Lembro dos jogos (pelada) na encruzilhada da Maroquinha Ramos com a Aragão e Melo (bem ali perto da Praça São Gonçalo) onde, vez por outra, todo drible que conseguia dar em Neném, filho mais velho do eterno Pedro Bolero – um dos maiores boêmios da cidade – terminava com ele querendo dar um murro em mim como a “descontar”pelo perna-de-pau que era no futebol.

Mais alto e robusto diante de minha carcaça magra, de fome mesmo, Neném buscava se impor na porrada, mas não conseguia porque minha determinação e habilidade com a bola não se intimidava. Pedrinho (hoje sindicalista da Cagepa), seu irmão, dividia comigo a condição de bom jogador amador com outros, a exemplo de Mago Ro, Tengo, Tito, e Inha..

Diante de fatos como este, Maria Julia lembrava no consolo de mãe que Neném agia assim por não ser bom de bola, bem como por inveja de minha condição de estudante da rede pública dedicado, tanto que era chamado pelos amigos ricos para estudar à noite no reforço escolar, coisa que ele não conseguia.

Trocando em miúdos, o tempo permitiu assimilar através de minha mãe que a habilidade, a dedicação e o investimento na educação sempre serviriam de meios para transformar e chegar ao sucesso.

Preâmbulo tão extenso assim me faz devedor na vida inteira à sabedoria de minha imortal mãe, amiga, cúmplice, fà, às vezes dona da chibata que gerava ‘couro quente; nos meus espinhaços ao extrapolar na dosagem de jovem. Eram poucas as vezes em que essas condições se registravam, mas quando Maria estava ‘espritada’ com minhas ‘aprontadas’ só Deus me livrava.

Maria Júlia me fez devoto de outras Marias, mães que nem ela, a partir de Dona Irene (vizinha querida e mãe de Tonho, Ana e Fátima ), minha vó Zeferina, Alaíde, irmã/mãe, Tia Nicinha, Dona Maroquinha – avó de Hamurabi Duarte e por aí vai.

Depois desse tempo muitas outras Marias me apareceram para orgulho de homem devoto pela importância de seus significados enquanto mães e condutoras do mundo.
No Castelo Branco, conheci Bebé, mãe dedicada de meu amigo/irmão Crispim, Dona Rita e Wilma – avó e mãe da grande revelação do jornalismo paraibano da atualidade chamado Onivaldo Junior, Ozita Cordeiro, Dona Maria das Neves e Dona Nina – mãe do publicitário Ernani Ferreira, ex-companheiro de jornadas.

Nesse tempo, tive a honra de conviver com Adalgiza Paiva, à quem trato de Dona Dal – mãe de Maisa, grande mulher e condutora humana excepcional, que ofertou ao mundo a beleza cidadã de dois jovens queridos chamados Pablo e Vinicius, por acaso meus filhos.

É desse tempo que recordo outras mães espetaculares: Rose, Etel (cunhada querida), Eve, Eloise e Fátima – as damas Menezes seguidoras do brilho de rainha de Dona Elza, meu outro xodó materno depois da partida de Maria Júlia.

Como no cinema, faço um Corte no tempo e texto atual para chegar aos anos 90 quando, depois de ser mimado como ‘filho’ por Dona Creuza, me vi no colo de Tidinha, outra ‘mãe adotiva’ na vida, que trouxe ao mundo Valdina, amiga-mãe e a origem da existência de Carla Uchoa, companheira e razão das lutas e da felicidade na vida.

É a elas, agora diante de Talline, responsável pela alegria da perpetuidade ao trazer ao mundo o neto Rafael, filho de Pablo, que dedico toda a minha reverência e agradecimento por tudo o que delas recebi, por isso sou grato pela oportunidade de tê-las no caminho.

Última

“Que seria de mim/
sem a fé que tenho em você…”


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