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Brasil segue entre os países mais complexos para fazer negócios, segundo relatório global
Apesar de avanços em digitalização e infraestrutura, país ainda ocupa o 6º lugar no ranking de complexidade da TMF Group
28/05/2025

Portal WSCOM
O Brasil permanece entre os países mais complexos do mundo para fazer negócios, ocupando a 6ª posição no Índice Global de Complexidade Corporativa (GBCI) 2025, elaborado pela TMF Group. Apesar de já ter liderado o ranking em 2022, o país melhorou sua colocação, refletindo avanços em áreas como digitalização de processos, infraestrutura e adoção de tecnologia.
A pesquisa avalia o ambiente de negócios em 79 jurisdições, que juntas representam 94% do PIB global e 95% do Investimento Estrangeiro Direto (IED). Com base em 292 indicadores, o relatório analisa aspectos como conformidade fiscal, regulamentações de recursos humanos, exigências contábeis e padrões financeiros.
Segundo Mauricio Catâneo, Country Head da TMF Group no Brasil, a melhoria no ranking está ligada a esforços regulatórios recentes. “A reforma regulatória e a digitalização de serviços públicos criam um ambiente mais ágil, mas ainda enfrentamos desafios estruturais importantes, principalmente na área tributária”, afirmou.
Sistema tributário segue como principal desafio
O sistema tributário brasileiro continua sendo um dos principais entraves à competitividade. A complexidade decorre da sobreposição de normas federais, estaduais e municipais, somada à exigência de conformidade com padrões internacionais como IFRS e US GAAP. A indefinição sobre a reforma tributária também contribui para o ambiente de incerteza jurídica.
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Avanços em infraestrutura e tecnologia impulsionam melhorias
O relatório destaca os investimentos públicos em infraestrutura, estimados em mais de R$ 2 trilhões, voltados à modernização de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, como fatores que contribuem para um ambiente mais favorável aos negócios.
Além disso, a adoção de tecnologias como monitoramento de transações em tempo real, sistemas de relatórios eletrônicos e ferramentas automatizadas de compliance têm ajudado empresas a reduzir riscos e otimizar operações — embora tragam novos desafios relacionados à conciliação e à supervisão regulatória.
Transformações no trabalho e cadeia de suprimentos
O mercado de trabalho também passa por mudanças relevantes. Em centros urbanos como São Paulo, o modelo híbrido de trabalho tornou-se predominante, especialmente no setor de serviços. Para lidar com a inflação salarial e os desafios na retenção de talentos, as empresas têm apostado em contratações remotas e acordos mais flexíveis.
Na cadeia de suprimentos, há um esforço crescente das companhias para adotar ferramentas digitais de rastreamento logístico e otimização de rotas, com o objetivo de minimizar perdas e aumentar a eficiência — um movimento alinhado às tendências globais de resiliência e inovação.
Ranking dos países mais e menos complexos
Além do Brasil, integram o top 10 das jurisdições mais complexas para negócios em 2025:
- Grécia
- França
- México
- Turquia
- Colômbia
- Brasil
- Itália
- Bolívia
- Cazaquistão
- China
Já os países com ambientes mais simples para operar são:
- Ilhas Cayman
- Dinamarca
- Nova Zelândia
- Hong Kong
- Jersey
- Holanda
- Jamaica
- Ilhas Virgens Britânicas
- Curaçao
- República Tcheca
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