O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (26), em São Paulo, que o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um “primeiro passo” para a resolução das tarifas impostas pelos norte-americanos ao Brasil. A reunião está prevista para a próxima semana.
“Quero saudar o encontro, embora rápido, mas o encontro entre os presidentes Lula e Trump [na Assembleia Geral da ONU], que deram, ao menos, um primeiro passo. Vamos tentar dar os passos subsequentes para a gente ir removendo esses problemas e podermos caminhar mais rapidamente para resolver a questão do tarifaço”, declarou Alckmin, durante palestra no Insper, instituição de ensino superior da capital paulista.
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O vice-presidente defendeu que o comércio internacional deve seguir o modelo “ganha-ganha”, no qual ambos os países se beneficiam a partir de regras claras. — Comércio exterior bem feito é ganha-ganha. Ele é mais eficiente: eu compro dele, mais barato. Eu sou mais eficiente: eu vendo para ele. A sociedade ganha. Só que precisa ter regras, porque senão o grande vai matar o pequeno — afirmou.
Alckmin, no entanto, criticou a limitação da atuação da Organização Mundial do Comércio (OMC), que, segundo ele, foi enfraquecida pela postura dos Estados Unidos. — Temos que ter regras para o mundo todo. Só que, infelizmente, não funciona. Eu entro com uma representação e ganho na primeira instância. [A decisão] não vale enquanto não tiver decisão da segunda instância. Aí, na segunda instância, os Estados Unidos não designam os seus representantes. Então, meio que a OMC ficou inócua — disse.
Na última terça-feira (23), Trump afirmou que pretende se reunir com Lula na próxima semana e elogiou o presidente brasileiro, a quem classificou como um “homem muito agradável” com quem teve “química excelente” durante breve encontro em Nova York.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente norte-americano justificou as tarifas impostas contra o Brasil e outros países como uma medida de defesa da soberania e da segurança dos Estados Unidos.