No último sábado, 13 de setembro, o Beco da Música Urbana foi palco de uma noite histórica para a cena hardcore do Nordeste. O Beco Underground, produzido pela Kaos Produtora https://www.instagram.com/kaosproducao/ com apoio estrutural da Funjope, lotou o espaço em uma celebração que reuniu três nomes de peso do hardcore: Ódio Puro Concentrado (PE), Sistema Brutal (PB) e os homenageados da noite, a lendária Rotten Flies (PB), que comemorou 35 anos de trajetória.
O evento lotou o beco e o transformou em um reduto de energia crua, mosh pits e vozes em coro, reafirmou a força da cultura underground e a importância de espaços de resistência para a música independente.
“Essa última edição do Beco Underground celebrando o aniversário de 35 anos da Rotten Flies, mostra o peso e a força que no nosso rock underground possui.” Gustavo Pinheiro (Banda Incessante/Kaos Produções)
O peso da Rotten Flies
Formada em 1990, a Rotten Flies https://www.instagram.com/rottenflieshc/ nasceu da vontade de jovens amigos em João Pessoa de tocar e se expressar através do hardcore/punk, mesmo sem instrumentos ou técnica formal. Essa urgência e autenticidade moldaram sua sonoridade e os levaram a gravar, já em 1992, a demo Necrofilia, seguida por Cultura do Ódio (1994) e O Hardcore (1996), registros que marcaram época e firmaram a banda como referência da cena nordestina.
Durante três décadas e meia, a Rotten Flies acumulou participações em coletâneas, shows em várias cidades do Nordeste e lançamentos que vão do peso indignado de Rota de Colisão (2010) ao visceral Saco de Gilete (2014). Mais recentemente, em 2019, lançaram o split Sight of Disaster com a banda americana Sawed Off, mostrando a conexão internacional construída a partir da Paraíba.
Mesmo passando por mudanças de formação ao longo dos anos, a essência da Rotten Flies permaneceu: letras diretas, postura crítica e a visceralidade de quem vive o hardcore como ferramenta de contestação social. Atualmente, a formação conta com Vitor Branco (vocal), Thales Gutemberg (guitarra), Erivan Alves (baixo) e Beto Flies (bateria).
A pedrada HC foi no pé da orelha!
O público estava instigado desde o início com a apresentação de abertura da Pernambucana Ódio Puro Concentrado https://www.instagram.com/odio.puro.concentrado/ e depois entraram os paraibanos do Sistema Brutal https://www.instagram.com/sistemabrutal/ , que incendiaram a plateia e prepararam o terreno para a catarse coletiva que viria com a Rotten Flies. Quando os veteranos subiram ao palco, o beco explodiu em celebração. A banda revisitou clássicos e reafirmou, com cada riff e cada grito, porque segue sendo um dos pilares do hardcore na Paraíba e porque não no Nordeste.
Mais do que uma festa, o Beco Underground foi um manifesto da cena: um encontro de gerações, de corpos em movimento e vozes que ecoam resistência. Para os que estiveram presentes, o dia entrou para a história como um marco da música extrema na Paraíba.
“O Beco underground pulsa em resistência, onde vozes se transformam em gritos de liberdade” Comenta Jarlen (Banda Sistema Brutal/Kaos Produções)
Não poderia deixar de homenagear Robério Rodrigues, proprietário da Música Urbana https://www.instagram.com/musicaurbanajp/ . Em vez de estar em casa em um sábado à tarde, ele segue firme e forte há 27 anos com a loja, abrindo espaço e dando suporte às bandas.
Valeu demais, Urbano Robério! Vida longa à MU!
Agradecimentos especiais aos meus colegas de produção desse corre massa: Jarlen (Sistema Brutal), Alf (Head Spawn), Guga (Incessante) e nosso brother Joh Gama (Incessante) que deu aquela força na mesa de som, nosso “mesário” (risos).
Que venha a 9ª edição do Beco Underground!