Política

Presidente do PT/JP considera a saída de Cartaxo do partido como “traição políti

Em Nota


22/10/2015



O Partido dos Trabalhadores de João Pessoa, através da presidente Aparecida Diniz, emitiu nesta quinta-feira (22) uma Nota Pública em resposta as afirmações, e explicações, feitas pelo prefeito Luciano Cartaxo sobre a sua saída do PT, ocorrido no início do mês de setembro.

No documento é ressaltado que a forma como o prefeito deixou o partido pode ser chamada de “traição política sem precedentes na política local”, e quando precisou de votos internos no PT para fazer valer sua candidatura, cortejou todos os dirigentes e líderes. “Agora, sentado no trono e com a caneta na mão, decide tudo sozinho, descartando uma legião de companheiros e companheiras que participaram das grandes batalhas pela sua eleição e da construção de seu governo. Sua saída do PT se deu de forma vil. Seu gesto foi de covardia”, destacou a nota.

No último tópico da nota, é colocado que enquanto Luciano Cartaxo se “apequena moralmente para conquistar o poder pelo poder, o PT segue na luta pela transformação da sociedade brasileira (…) Os covardes e os carreiristas se vão; ficam os lutadores e lutadoras, aqueles que não se vergam ao poder político e econômico”.

 Segue a nota na íntegra

 NOTA PÚBLICA

Em virtude das declarações emitidas pelo prefeito Luciano Cartaxo à imprensa nacional no dia de ontem em relação ao Partido dos Trabalhadores e ao governo Dilma, temos a dizer o que segue:

1 – A forma utilizada pelo prefeito de João Pessoa para se desligar dos quadros do PT sem pedido de desfiliação, sem qualquer diálogo, sem nenhuma conversa prévia e sem nenhum comunicado a este diretório, é o que podemos chamar de traição política sem precedentes na política local.

2 – De acordo com o depoimento público dos dirigentes do PSD, a exemplo do próprio presidente estadual Rômulo Gouvêia, o Sr. Luciano Cartaxo já havia acertado sua troca de partido há muito tempo, enquanto negava peremptoriamente aos seus auxiliares de governos e dirigentes partidários a realização do movimento para o qual foram convocados centenas de servidores públicos em pleno horário de expediente, e como de praxe sem serem avisados do objetivo da solenidade.

3 – Quando precisou de votos internos no PT para fazer valer sua candidatura, o alcaide cortejou todos os seus dirigentes e líderes. Não perdia uma reunião. Era o rei do diálogo. Agora, sentado no “trono” e com a caneta na mão decide tudo sozinho, descartando toda uma legião de companheiros e companheiras que participaram das grandes batalhas pela sua eleição e da construção de seu governo. Sua saída do PT se deu de forma vil. Seu gesto foi de covardia!

4 – Além da traição, a ingratidão. Cartaxo diz agora que nada tem a ver com Dilma e seus problemas de governo. Quando candidato de tudo fazia para associar sua imagem à Dilma e ao grande líder e eterno presidente Lula. Ao recorrer ao governo republicano da presidenta Dilma, encontrou portas abertas e uma mão amiga e companheira. Quase a totalidade das obras de sua gestão são realizadas com recursos do governo federal: a reurbanização da Lagoa, creches, casas populares, UPA’s. Nem mesmo praça a PMJP constrói sem recursos do governo central.

5 – Sobre a falsa e covarde divagação de suposta influência do PSB paraibano nas definições eleitorais petistas de 2016 que gerariam ameaças a sua candidatura, é oportuno lembrar que o prefeito tinha seu irmão na presidência do PT municipal de João Pessoa, uma ampla maioria na instância partidária e ainda uma resolução da direção nacional que lhe assegurava o direito legal a reeleição, sem disputar prévias. Também é oportuno registrar que foi exatamente o Sr. Cartaxo que liderou a aproximação com o PSB na eleição passada, quando a maioria do PT desejava acordo com o PMDB.

6 – O discurso do alcaide, ao que parece, busca na verdade escamotear o debate político e confundir os cidadãos e cidadãs de João Pessoa. A saída do PT tem dois objetivos imediatos: o deslocamento para o leito fácil do campo político conservador (para o qual medidas como o fim da política de transparência pública, ora em execução, são fundamentais) e a aliança com o PSDB do ex-governador cassado Cássio Cunha Lima, líder do movimento pelo impeachment da presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff.

7 – Enquanto Cartaxo se apequena moralmente para conquistar o poder pelo poder, o PT segue na luta pela transformação da sociedade brasileira. Tiramos milhões da miséria, ampliamos o acesso a educação e a saúde pública, tornamos o Brasil mais respeitado no exterior, reduzimos a desigualdade social. Dificuldades momentâneas não nos tirarão do nosso projeto histórico: construir um Brasil mais justo, democrático, transparente e desenvolvido. Os covardes e os carreiristas se vão; ficam os lutadores e lutadoras, aqueles que não se vergam ao poder político e econômico.

João Pessoa, 22 de outubro de 2015.



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