Artes

“O Circo de Lampezão e Maria Botina” na Paraíba

Arte Nordestina


02/04/2014



 Morando em Pernambuco há quatro anos e sentindo a riqueza cultural da região, a Caravana Tapioca sentiu a necessidade de homenagear as preciosidades dessa terra, na criação de um espetáculo de circo-teatro. A inspiração veio dos cantos, causos, contos e poesias do cangaço, um excelente e interessante caminho trilhado como fio condutor da construção de um espetáculo que mescla as técnicas circenses a uma dramaturgia inteligente, épica e atual, permeando as diversidades cultural do sertão e agreste brasileiro.

“O Circo de Lampezão e Maria Botina” conta a história de um casal comum que viveu no sertão, no tempo em que os cangaceiros ocupavam o dual papel de vilões e heróis na dramaturgia da vida real do povo.

Os atores Anderson Machado e Giulia Cooper, em parceria com Ésio Magalhães do “Barracão Teatro” de São Paulo, que assinou a dramaturgia e direção, criaram o espetáculo. Ésio veio a contribuir muito na criação dessa obra, com todo seu conhecimento nas áreas da atuação e direção de Commedia dell’arte, palhaçaria, circo e comicidade ao longo dos anos de experiências no campo das artes cênicas.

A união superou as expectativas de ambos os lados, dando origem a um espetáculo de excelência dramatúrgica, com ideias originais e uma cenografia inspirada no sertão. Fabiana Pirro concebeu e criou as peças com cuidado e qualidade juntamente do diretor e dos atores, assinando o figurino e o cenário. A música ficou por conta do ator e músico Anderson Machado, que trouxe o forró , os pífanos e violas para as trilhas que ambientam sutilmente os diversos locais e sentimentos da história.

Os palhaços Cavaco e Nina contam a história de Pontolino Lampezão, um vaqueiro frouxo que viveu no tempo do cangaço e Maria Botina, uma moça solitária e cansada de sofrer com a seca, sonha em ser levada por um cangaceiro para as aventuras no sertão. Durante a trama, Pontolino aprende a galopar num cavalo de rodas (monociclo), foge do temido cangaceiro Chuvisco, fecha o corpo com a magia da cigana Zoráide, tudo isso para impressionar e conquistar Maria Botina. O ator Anderson Machado atua como Cavaco e Pontolino enquanto Giulia Cooper atua como Nina, Maria Botina, Cangaceiro Chuvisco e Madame Zoráide. A distinção das personagens é feita graças a acessórios de cada personagem, em conjunto das máscaras expressivas, criadas também por Ésio Magalhães exclusivamente para cada figura.

O espetáculo contém cenas com música ao vivo executadas por saxofone, acordeom e os belos sinos (chocalhos de cabra) que compõem a poesia das cenas. A obra foi criada para todas as idades, já que foi a proposta inicial do grupo poder viajar com o espetáculo pelo nordeste brasileiro podendo apresentá-lo em todos os lugares para os diversos públicos encontrados nas ruas, praças e parques (o que já é uma característica dos outros trabalhos da Caravana Tapioca que teve grande aprendizado com experiências em apresentações em espaços abertos). Em salas de teatro o espetáculo também funciona muito bem.

O PROJETO

O projeto "O Circo de Lampezão e Maria Botina", tem o patrocínio do Ministério da Cultura e da FUNARTE, contemplado pelo Prêmio Myriam Muniz de estímulo ao teatro 2013 o projeto irá levar o espetáculo a 06 estados do nordeste (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão), em cada Estado será realizada uma apresentação na capital e outras três no interior, totalizando 04 apresentações em cada local, total de 20 ao todo. Na Paraíba o grupo irá circular pelas cidades de Guarabira, Alagoa Grande, Campina Grande e João Pessoa, as apresentações serão inteiramente gratuitas. A produção local é de Diocélio Barbosa da Arlequin Produções. E conta ainda com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Guarabira, Coordenadoria de Cultura de Alagoa Grande e Lizandra Alcântara Produções de Campina Grande.



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